De acordo com a entrevista do general da inteligência ucraniana publicada pelo The Economist na quinta-feira (2), a "Ucrânia está no seu limite", e com a "velocidade do avanço" russo, Moscou prosseguirá com o seu plano libertar todo o território das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk.
"Nosso problema é muito simples: não temos armas. Eles sempre souberam que abril e maio seriam tempos difíceis para nós", afirmou Skibitsky.
Ele também disse que, em algum momento, Kiev terá que entrar em negociações com a Rússia.
O presidente ucraniano Vladimir Zelensky descartou repetidamente qualquer negociação com Moscou, e emitiu um decreto em 2022 no qual sublinhou que as tratativas "eram impossíveis". No entanto, as declarações feitas ontem (2) pelo general da inteligência vão em direção contrária.
"O general Skibitsky diz que não vê uma maneira de a Ucrânia vencer a guerra sozinha no campo de batalha. Mesmo que fosse capaz de empurrar as forças russas de volta às fronteiras – uma perspectiva cada vez mais distante – não acabaria com a guerra", escreveu o The Economist.
"Essas guerras só podem terminar com tratados. Neste momento, ambos os lados estão competindo pela 'posição mais favorável' antes de potenciais diálogos. Mas negociações significativas só podem começar no segundo semestre de 2025, no mínimo", disse o militar ucraniano.
A Reuters também reportou a entrevista acrescentando que o chanceler ucraniano, Dmitry Kuleba, pareceu ecoar os pensamentos de Skibitsky em uma entrevista separada nesta semana na qual disse que o objetivo da cúpula de junho na Suíça era "unir países que compartilham princípios e abordagens sobre os quais construirão futuras ações".
"Depois disso, a comunicação com a Rússia poderá ocorrer e a Rússia poderá fazer parte das negociações. Porque você está certo: no final, você não pode pôr fim à guerra sem ambas as partes", declarou o ministro, citado pela mídia.
Moscou se posicionou sobre a cúpula, relembrado que a Suíça não tem cumprido seu princípio de neutralidade, visto que aplicou sanções contra o Estado russo, o que a descarta de ser um mediador neutro.
Ao mesmo tempo, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse na quinta-feira (2) que a reunião de junho não poderia ser uma "conferência séria com sérias expectativas de algum tipo de resultado sem a presença da Rússia".