Panorama internacional

Organizador anti-Maidan explica como Kiev tem usado 'trens da amizade' desde 2014

Em 2014 as autoridades ucranianas organizaram o transporte de mais de mil pessoas a Odessa para contrariar os protestos contra o Euromaidan, mas esse não foi o único incidente, disse um funcionário russo.
Sputnik
Kiev tem usado policiais e torcedores de futebol para reprimir protestos dissidentes desde 2014, enviando "trens da amizade" para o sudeste da Ucrânia, disse Konstantin Tistol, o vice-chefe da administração russa do distrito municipal de Golaya Pristan, organizador de um protesto contra o Euromaidan em Nikolaev em 2014, à Sputnik.
"Quando tivemos manifestações muito massivas em nossa cidade [Nikolaev], pela primeira vez, as autoridades de Kiev decidiram enviar um 'trem da amizade' para a cidade. O pessoal veio de Kiev e eles queriam desembarcar na estação ferroviária", disse Konstantin Tistol.
"Acontece que nossos ativistas nos informaram sobre isso, e os moradores da cidade foram ao encontro do 'trem da amizade' de tal forma que esses militantes, antes que tivessem tempo de desembarcar, recuaram imediatamente, e isso, podemos dizer, foi bem antecipado", indicou.
Segundo ele, em abril de 2014, Kiev com o apoio de policiais e do Exército, começou a esmagar todos os participantes dos protestos anti-Maidan.
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"Conversei com moradores de Odessa, eles [as autoridades de Kiev] contaram com o apoio dos 'ultras', torcedores de futebol, e eles trouxeram uma grande multidão, mais de 1.000 pessoas, que estavam preparadas para executar um banho de sangue entre os habitantes da cidade, para o jogo de futebol que seria realizado", disse ele.
O momento foi escolhido deliberadamente para que a maioria dos moradores da Ucrânia saísse de férias para os feriados de maio e os participantes anti-Maidan de Odessa não pudessem oferecer nenhuma resistência significativa, notou Tistol.
Em Odessa, após o golpe de Estado na Ucrânia em 2014, ativistas anti-Maidan montaram um acampamento na praça Kulikovo Pole, em sinal de protesto contra a política antirrussa e pró-ocidental assumida pelo governo em Kiev. Na tarde de 2 de maio, houve confrontos entre ativistas anti-Maidan de um lado e ultras do futebol de Carcóvia e Odessa, bem como participantes do Euromaidan, do outro lado, na área da praça Grecheskaya.
As barracas foram destruídas e, depois disso, os apoiadores do Euromaidan e nacionalistas incendiaram a Casa dos Sindicatos, onde seus oponentes se tinham refugiado. Quarenta e oito pessoas morreram nesse dia, e mais de 250 ficaram feridas.
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