Dezenas de legisladores do Partido Democrata dos EUA enviaram na sexta-feira (3) uma carta ao presidente Joe Biden, onde descreveram evidências suficientes para mostrar que Israel violou a Lei de Assistência Estrangeira dos EUA ao restringir o fluxo de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza.
Em fevereiro, o presidente dos EUA emitiu a referida lei, que exige que os destinatários de armas financiadas por Washington defendam o direito humanitário internacional e permitam o livre fluxo de ajuda norte-americana, depois que congressistas democratas começaram a questionar se Israel estava cumprindo a lei internacional em suas operações em Gaza.
Os 86 legisladores disseram que o governo israelense resistiu às repetidas solicitações dos EUA para abrir rotas marítimas e terrestres suficientes para a ajuda à Faixa de Gaza, citando relatos de que o governo não permitiu a entrada de alimentos suficientes para evitar a fome, impôs "restrições arbitrárias" à ajuda e impôs um sistema de inspeção que impediu a chegada dos suprimentos.
Assim, as ações de Israel "colocam em questão" suas garantias, argumentam os democratas.
"Esperamos que o governo garanta a conformidade [de Israel] com a lei existente e tome todas as medidas possíveis para evitar mais catástrofes humanitárias em Gaza", indica a carta.
O memorando de Biden exige que Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, informe o Congresso até quarta-feira (8) se considera confiáveis as garantias de Israel de que o uso de armas dos EUA está em conformidade com a lei internacional. Pelo menos quatro escritórios do Departamento de Estado relataram a Blinken em abril que consideravam as garantias de Israel "não credíveis nem confiáveis".
Se as garantias de Israel forem questionadas, Biden teria a opção de "remediar" a situação por meio de ações que vão desde a busca de novas garantias até a suspensão das transferências de armas dos EUA, prevê o memorando.