Em meio ao avanço das Forças de Defesa de Israel (FDI) para a cidade de Rafah, o governo brasileiro condenou nesta segunda-feira (6) o início das operações militares na região.
"Ao optar, com essa ação militar, por deliberadamente intensificar o conflito em área sabidamente de alta concentração da população civil de Gaza neste momento, o governo israelense mostra novamente descaso pela observância aos princípios básicos dos direitos humanos e do direito humanitário, a despeito dos apelos da comunidade internacional, inclusive de seus aliados mais próximos. Tal operação pode, ademais, comprometer esforços de mediação e diálogo em curso", pontuou nota divulgada pelo Itamaraty.
A pasta ainda pediu reação das organizações de governança global, responsáveis pela preservação da paz e da segurança mundial, principalmente o Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU), para evitar o acirramento da catástrofe humanitária em andamento na Faixa de Gaza. Quase 35 mil palestinos já morreram por conta do conflito.
"Ao exortar todas as partes à interrupção imediata da violência e ao engajamento em conversações que propiciem cessar-fogo e libertação dos reféns, o Brasil reafirma seu compromisso com a solução de dois Estados, com base nas fronteiras de 1967, única via capaz de oferecer paz duradoura para os povos de Israel e da Palestina, assim como para a região do Oriente Médio", acrescentou o Ministério das Relações Exteriores.
Militares israelenses iniciaram evacuação de Rafah
Ainda na manhã desta segunda (6), militares de Israel começaram a evacuar civis em Rafah ante ameaça de ataque à cidade no sul de Gaza. Só em um ataque aéreo realizado na sequência, pelo menos 26 pessoas morreram, incluindo oito crianças, e mais de dez casas foram atingidas.
O Exército pediu aos moradores nas partes orientais de Rafah que se mudassem para uma "área humanitária" próxima. As evacuações estavam concentradas em alguns distritos periféricos de Rafah, de onde as pessoas seriam levadas para zonas de tendas nas proximidades de Khan Yunis e Al-Mawasi.
Enquanto isso, o Hamas disse ter concordado com uma proposta de cessar-fogo apresentada pelo Catar e Egito para interromper os combates com Israel na Faixa de Gaza.
O chefe do gabinete político do grupo, Ismail Haniyeh, informou ao primeiro-ministro do Catar e ao chefe da inteligência do Egito sobre o acordo, segundo um comunicado do Hamas publicado no Telegram e citado pela Bloomberg.
A proposta de cessar-fogo feita por mediadores inclui a retirada total de Israel da Faixa de Gaza e a troca de reféns, disse Khalil al-Hayya, vice-líder do movimento no enclave palestino.