O acordo inclui três etapas, cada uma com duração de 42 dias. Entre as principais deliberações do texto está a libertação de 33 reféns em até 42 dias por parte do Hamas. Cada soldado feito refém também será trocado por 50 prisioneiros palestinos nesta primeira fase do acordo.
O texto também informa que pelo menos 50 combatentes feridos do Hamas deixarão a Faixa de Gaza para tratamento médico como parte da primeira fase.
"A partir do primeiro dia desta fase, um número acordado — pelo menos 50 — de militantes feridos será autorizado a passar pela fronteira de Rafah para receber cuidados médicos no estrangeiro", lê-se no documento.
Além disso, o posto de controle de Rafah será ampliado. De acordo com o texto, as restrições de saída serão retiradas e a circulação de mercadorias e o comércio continuarão a ocorrer sem limitações.
O acordo prevê, ainda, a cessação total dos combates em seu segundo mês de vigência.
Já a terceira etapa do acordo quer a restauração do setor de gás na Faixa de Gaza dentro de três a cinco anos e o fim do bloqueio comercial que vive o enclave palestino. A última etapa inclui ainda a "troca de corpos e restos mortais de ambos os lados após sua descoberta e identificação".
"(A fase envolve) o início da implementação de um plano para a reconstrução da Faixa de Gaza durante um período de 3 a 5 anos, incluindo casas, locais civis e infraestruturas, bem como o pagamento de indenizações a todas as vítimas sob o controle de uma série de países e organizações, incluindo: Egito, Catar e a ONU", diz o texto.
Uma delegação do Hamas esteve no Cairo no último fim de semana para negociar, através de mediadores egípcios, um cessar-fogo na Faixa de Gaza e a libertação de reféns. Na noite de domingo, o movimento informou que transmitiu a sua resposta à proposta de trégua previamente preparada pelos mediadores egípcios.
Com mais de um milhão de palestinos desalojados e/ou refugiados em Rafah, mais de 31 mil mortos e quase 80 mil feridos do lado palestino, organizações internacionais e vários países têm expressado preocupação com as operações militares de Israel.
No dia 7 de outubro de 2023, o movimento palestino Hamas lançou um ataque de foguetes em grande escala contra Israel a partir de Gaza e rompeu a fronteira, matando 11 mil pessoas e capturando cerca de 240.
Em retaliação, Israel lançou ataques aéreos, fez o bloqueio total de Gaza e iniciou uma incursão terrestre no enclave palestino, com o objetivo declarado de eliminar os combatentes do Hamas e de resgatar os reféns.