Em uma entrevista publicada pela BBC nesta segunda-feira (6), Milei disse que poderia levar décadas para Buenos Aires tentar obter a soberania das Ilhas Malvinas e afirmou que a Argentina não "procura conflito".
"Se este território está agora nas mãos do Reino Unido, tem o direito de fazê-lo. Não vejo isto como uma provocação [...]. Não vamos renunciar à nossa soberania, nem vamos procurar entrar em conflito com o Reino Unido", afirmou Milei, recusando-se a estabelecer um prazo para isso, dizendo que "vai levar tempo" e envolveria uma "negociação de longo prazo".
Essa parece ser uma observação significativa, uma vez que os líderes anteriores e muitos argentinos sempre se recusaram a aceitar que as ilhas eram britânicas, até o próprio Milei.
Além da retomada do controle das ilhas ter sido uma de suas promessas de campanha, no início de abril, o presidente disse que a recuperação das Malvinas era "irrevogável". Em janeiro, Buenos Aires convocou Londres para começar a "negociar a devolução", conforme noticiado.
O líder argentino vem mudando sua abordagem em assuntos que verbalizou ser contra durante sua campanha. Assim como a questão das Ilhas Malvinas, Milei desceu o tom com a China, a qual criticou e chamou de "assassina" na corrida presidencial.
Há duas semanas, o presidente enviou uma grande delegação ao país asiático, incluindo a chanceler Diana Mondino, para negociar uma linha de swap cambial e aumento da parceria comercial.