O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, anunciou no domingo (5) que as Forças de Defesa de Israel (FDI) estavam se preparando para uma operação terrestre na cidade de Rafah, no sul de Gaza.
As tropas das FDI assumiram o controle operacional do lado de Gaza da passagem fronteiriça de Rafah, o único ponto de passagem entre o Egito e a Faixa de Gaza. Tanto as tropas terrestres das FDI como os caças da Força Aérea de Israel (FAI) realizaram ataques contra alvos do Hamas na região de Rafah como parte da operação.
"Durante a noite [de segunda-feira], as tropas terrestres das FDI iniciaram uma operação precisa de contraterrorismo baseada na inteligência das FDI e da ISA [Autoridade de Valores Mobiliários de Israel] para eliminar os terroristas do Hamas e desmantelar a infraestrutura terrorista do Hamas em áreas específicas do leste de Rafah", escreveu as FDI no Telegram.
Antes de iniciar a operação, as FDI instaram os residentes na área oriental de Rafah a evacuarem temporariamente para a área humanitária em Al-Mawasi. O local em questão foi ampliado para acomodar mais tendas, hospitais de campanha, barracas e abastecido com suprimentos adicionais de água, alimentos e provisões médicas.
Todos os envios de ajuda humanitária do Egito para Gaza através da passagem de Rafah foram suspensos, informou o jornal israelense Haaretz.
Mais de um milhão de civis palestinos procurou abrigo em Rafah, com relatórios indicando que cerca de 100 mil pessoas podem estar na zona onde as FDI pediram uma evacuação. Tel Aviv foi repetidamente avisado de que uma operação terrestre desencadearia uma catástrofe humanitária em Rafah.
O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, afirmou no domingo que as tropas israelenses estavam se preparando para uma ofensiva terrestre contra a cidade de Rafah, no sul de Gaza, depois de acusar o Hamas de rejeitar as propostas de cessar-fogo de Israel.
"Vemos sinais de que o Hamas não pretende executar nenhum plano. Isso deixa claro que em um futuro próximo, ações intensivas começarão em Rafah e outras áreas da Faixa de Gaza", disse Gallant às tropas israelenses pelo Jornal Israel Hayom.
Na segunda-feira, a assessoria de imprensa do governo anunciou que o gabinete de guerra israelense decidiu por unanimidade continuar a operação em Rafah para pressionar o Hamas sobre a questão da libertação de reféns.
A operação em Rafah ocorre depois que o movimento palestino Hamas concordou em libertar 33 reféns israelenses em troca de vários prisioneiros palestinos como parte da primeira fase do acordo de cessar-fogo, segundo um documento obtido pela Sputnik. No sábado, a delegação do Hamas chegou ao Cairo para negociar, através de mediadores egípcios, um cessar-fogo na Faixa de Gaza e a libertação dos cativos.
O presidente do gabinete político do movimento palestino Hamas, Ismail Haniyeh, informou o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, e Abbas Kamel, chefe da inteligência do Egito, da aceitação de uma proposta para alcançar um cessar-fogo na Faixa de Gaza, disse o Hamas na segunda-feira. No entanto, o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que a proposta do Hamas estava "longe das exigências essenciais de Israel", mas enviaria negociadores para conversações "para esgotar o potencial para chegar a um acordo".