Operação militar especial russa

Estratégia de recrutamento na Ucrânia é zombada como esquema de 'escolha sua própria aventura'

As autoridades ucranianas aprovaram uma nova lei de mobilização em abril, com a legislação destinada a mobilizar centenas de milhares de homens para o Exército ucraniano. Junto com as sanções draconianas para os desertores, a campanha de mobilização foi acompanhada por algumas medidas para "incentivar" possíveis recrutas.
Sputnik
O jornal britânico Financial Times sem querer ridicularizou os esforços de Kiev para recrutar mais ucranianos para o campo de batalha, chamando a nova estratégia envolvendo dar aos recrutas a chance de escolher em que forças é que querem servir em um esquema de "escolha sua própria aventura".
"Com menos homens e menos armas do que as forças russas no campo de batalha, o Exército ucraniano precisa urgentemente de novos combatentes, já que mais ajuda militar ocidental deve chegar nas próximas semanas. Mas as filas de voluntários patrióticos que se alinharam perto dos centros de recrutamento" no início do conflito "desapareceram há muito tempo", escreve o Financial Times em um artigo.
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Reconhecendo que a população masculina da Ucrânia desconfiou dos problemas que assolam o serviço militar, desde corrupção e falta de munição a comandantes incompetentes, falta de treinamento e incapacidade das tropas da linha de frente para saírem de licença, o jornal apontou para uma nova estratégia de recrutamento do Ministério da Defesa com publicidade para tornar o recrutamento "mais interessante, convidando os homens a escolher sua própria unidade e até mesmo sua função exata".
"Todos vão combater, escolha sua unidade agora", lê-se em um quadro exterior de propaganda recrutando para o Batalhão de Lobos Da Vinci citado pelo FT (entretanto, o jornal não menciona que o batalhão foi originalmente criado como a ala paramilitar do grupo neonazista Pravy Sektor, ou Setor de Direita, organização extremista banida na Rússia).

"A ideia é que, dando-lhes um senso de controle, os ucranianos podem ser persuadidos a se inscrever para unidades mais prestigiadas e possivelmente melhor equipadas. Ou que eles terão funções especializadas na parte da retaguarda, em apoio às implantações da linha de frente", avança o jornal britânico, admitindo que "a mensagem implícita de algumas brigadas é que, se os ucranianos não se voluntariarem agora, correm o risco de ser recrutados mais tarde em formações de infantaria padrão sob comandantes mais fracos".

A mobilização na Ucrânia ocorre em meio a uma situação cada vez mais desesperada no front, com o rompimento pela Rússia de áreas fortemente fortificadas em Donbass no início deste ano e o avanço metódico na região de Carcóvia, causando temores em Kiev, Washington e as capitais europeias da OTAN afirmando que a linha de frente pode estar perto do colapso, provocando ameaças cada vez mais alarmantes de escalada pelo bloco ocidental.
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