"Ao avaliarmos a situação, interrompemos um carregamento de munições de alta carga útil", declarou Austin em uma audiência do Comitê de Dotações do Senado.
O secretário disse ainda que os EUA seguirão fazendo "o que for necessário para garantir que Israel tenha os meios para se defender. Mas, dito isso, estamos revendo alguns carregamentos de assistência de segurança de curto prazo no contexto dos acontecimentos em Rafah".
As Nações Unidas informaram que tiveram seu acesso a passagem negado pelas autoridades israelenses, segundo o porta-voz do escritório humanitário da organização, Jens Laerke, em uma conferência de imprensa em Genebra.
Mais de 1 milhão de pessoas estão abrigadas na cidade, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, que afirma ainda que quase 35 mil palestinos foram mortos no enclave desde o início do conflito, em 7 de outubro de 2023. Do lado israelense, cerca de 1.350 pessoas morreram e 250 foram sequestradas, de acordo com as autoridades.
Austin acrescentou que o Pentágono "não tomou uma decisão final sobre como proceder" com a remessa suspensa.
Ontem (7) o movimento palestino Hamas pediu aos Estados Unidos e à comunidade internacional que pressionem Israel a interromper os bombardeios na cidade de Rafah, onde as Forças de Defesa de Israel (FDI) iniciaram uma operação militar e assumiram o controle operacional do lado de Gaza da passagem fronteiriça, o único ponto de passagem entre o Egito e a Faixa de Gaza.
O Egito, através de seu Ministério das Relações Exteriores, alertou que a operação de Israel na cidade de Rafah ameaça os esforços de cessar-fogo, afirma o jornal The Times of Israel.
A ação acontece após o Hamas ter concordado, na segunda-feira (6), com as disposições do acordo de cessar-fogo em Gaza proposto pelo Egito e pelo Catar — o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, contudo, considerou o acordo inaceitável, conforme noticiado.
Na última sexta-feira (3), mais de 80 legisladores do Partido Democrata dos EUA enviaram uma carta ao presidente Joe Biden descrevendo evidências suficientes de que Israel violou a Lei de Assistência Estrangeira dos EUA ao restringir o fluxo de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza.
Em fevereiro o presidente dos EUA emitiu a referida lei, que exige que os destinatários de armas financiadas por Washington defendam o direito humanitário internacional e permitam o livre fluxo de ajuda norte-americana, depois que congressistas democratas começaram a questionar se Israel estava cumprindo a lei internacional em suas operações em Gaza.