Panorama internacional

África do Sul planeja reduzir licenças à Shell por vendas de postos e pressão geopolítica

O Ministério de Recursos Minerais e Energia sul-africano sinalizou que poderá conceder menos licenças de exploração de petróleo à Shell devido à articulação da empresa para sair do negócio de fornecimento de combustível no país e à pressão geopolítica.
Sputnik
Na sequência de uma revisão dos seus negócios em todas as regiões e mercados, a grande petrolífera está vendendo a sua participação na Shell Downstream South Africa, que inclui uma rede de 600 postos de gasolina em todo o território da África do Sul, segundo a Bloomberg.
O ministro de Recursos Minerais e Energia, Gwede Mantashe, disse que solicitou uma reunião com funcionários da empresa para discutir o assunto.

"Eles ainda querem permanecer no upstream, então o que deveríamos fazer é ser mais relutantes em conceder licenças e autorizações, nesse nível, à Shell", disse Mantashe em entrevista na quinta-feira (9), acrescentando que "os termos do envolvimento com a Shell serão baseados nos nossos interesses nacionais".

"Upstream" refere-se às fases iniciais da produção de petróleo e gás, envolvendo a exploração, a perfuração e a extração de petróleo bruto e gás natural.
De acordo com a mídia, Mantashe sugeriu que fatores geopolíticos também podem estar em jogo na saída das empresas ocidentais.
O ministro citou o processo bem-sucedido da África do Sul contra a guerra de Israel na Faixa de Gaza na Corte Internacional de Justiça (CIJ) no início deste ano, o que "não deixa a União Europeia feliz conosco", disse o ministro.
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A Shell tem considerado abandonar uma parte significativa do negócio de fornecimento de combustível sul-africano desde pelo menos 2021, segundo a Bloomberg, quando começou a avaliar a possível venda da sua refinaria Sapref, de 180 mil barris por dia — a maior instalação de processamento de petróleo bruto do país. A fábrica foi fechada no ano seguinte, e o governo começou a considerar a possibilidade de assumi-la, diz a mídia.
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