Panorama internacional

Competitividade chinesa é vista como um 'desafio definidor' para as empresas da UE, diz mídia

As empresas europeias na China afirmam que os lucros foram afetados pela fraca procura e por rivais locais cada vez mais sofisticados, mas segundo o presidente da Câmara de Comércio da UE na China, o fenômeno não é apenas chinês.
Sputnik
De acordo com o Financial Times (FT), o presidente da Câmara de Comércio da União Europeia (UE) na China, Jens Eskelund, as empresas europeias correm um risco crescente de declínio estrutural na China e em outros mercados.
"Penso que veremos nos mercados de todo o mundo — América Latina, África, Oriente Médio e o resto da Ásia — que as empresas europeias estarão sob muita pressão competitiva", disse Eskelund em uma coletiva de imprensa. "Esse será um desafio decisivo para as empresas europeias."
O alerta da câmara surge em um momento em que uma pesquisa entre seus membros revelou um número recorde baixo que classificou a China como o seu principal destino para investimento presente e futuro, apontando para uma economia doméstica fraca e pressões competitivas pesando sobre as receitas e lucros.
Recentemente, a UE tem tentado restabelecer laços com a China, mercado de quem é altamente dependente, e a mobilização resultou em posicionamentos políticos que justificam um maior controle de exportação para restringir "a ameaça" e a perda de competitividade. As autoridades chinesas negam que as suas indústrias tenham "excesso de oferta" e qualificaram as acusações ocidentais de "exagero" destinadas a justificar o protecionismo.
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Segundo economistas ouvidos pelo FT, uma grande parte dos fundos que antes eram investidos no setor imobiliário endividado da China está sendo canalizada para a indústria, enquanto o consumo das famílias permanece baixo em relação aos padrões globais em termos de porcentagem do produto interno bruto (PBI), que resultariam em excesso de oferta, deflação, sobrecarregando as exportações de Pequim.
"O que é realmente importante para nós é que comecemos a ver um crescimento real, significativo e consistente no lado do consumo – que a procura esteja aumentando [...] em vez do PIB global", disse Eskelund.
Os políticos ocidentais acusam a China de apoiar a sua indústria com subsídios e benefícios governamentais, levando a UE a lançar múltiplas investigações antissubsídios sobre produtos chineses, incluindo veículos elétricos (VEs).
A pesquisa da Câmara Europeia concluiu que 55% das 529 empresas que responderam ao inquérito citaram o abrandamento econômico da China como um dos três principais desafios empresariais enquanto 45% relataram alguma abertura de mercado, acima dos 36% em 2023. Apenas 15% dos entrevistados classificaram a China como o principal destino para os investimentos atuais da sua empresa e 13% para investimentos futuros, ambos mínimos históricos.
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