Apesar da ajuda ocidental, os militares ucranianos já estão alegadamente com poucos sistemas de defesa aérea, à medida que as forças russas continuam avançando com sucesso em várias áreas-chave da linha da frente.
"Isso aliviaria o fardo das defesas aéreas ucranianas e lhes permitiria proteger a linha de frente", argumentou Roderich Kiesewetter, da União Democrata Cristã (CDU), segundo o jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung.
Ele comentava como exemplo a ajuda dos EUA, do Reino Unido e da França a Israel a repelir o ataque massivo de mísseis do Irã em abril, que Kiesewetter afirmou mostrar que "os Estados envolvidos não têm necessariamente de se tornar 'partes beligerantes' em um conflito".
Agnieszka Brugger, da Aliança 90/Partido Verde, insistiu que "não há problema em estacionar sistemas de defesa aérea nas fronteiras das nações vizinhas da Ucrânia, para que as partes ocidentais do país também possam ser protegidas".
"A defesa aérea da Ucrânia a partir da Polônia e Romênia não deve ser descartada a longo prazo", disse o colega de Brugger, Anton Hofreiter. Mas isto "não está em debate" atualmente porque a prioridade atual é entregar "significativamente mais" equipamento militar e munições à Ucrânia como parte da ajuda ocidental, acrescentou.
"O espaço aéreo sobre as regiões fronteiriças da Ucrânia" poderia, em princípio, "ser protegido por sistemas de defesa aérea estacionados em território da Organização do Tratado do Atlântico Norte [OTAN]", disse Marcus Faber, do Partido Democrático Livre. Mas ele admitiu que "baterias e foguetes [de defesa aérea] já estão em falta".
As observações foram feitas depois de Nico Lange, investigador sênior da Conferência de Segurança de Munique, ter afirmado em uma entrevista à mídia alemã que os aliados da OTAN deveriam usar "os numerosos" sistemas antiaéreos Patriot para derrubar "todos os mísseis e drones russos" sobre a Ucrânia a partir do território da Polônia.
Entretanto, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, sublinhou que os europeus estão deliberadamente provocando tensões em torno da situação na Ucrânia porque vêem que Kiev está enfrentando um colapso total. "O momento é muito importante e, claro, isto é muito provocativo da parte deles [dos europeus]", acrescentou Peskov.
O The Washington Post informou anteriormente que as "capacidades de defesa aérea cada vez menores da Ucrânia estão mostrando vulnerabilidades, à medida que mais mísseis e drones russos são capazes de atingir alvos como as instalações de infraestrutura crítica [de Kiev]".
Os países ocidentais aumentaram a ajuda militar e financeira ao governo ucraniano desde o início da operação militar especial russa, com Moscou condenando a assistência em curso como prova de uma guerra por procuração da OTAN com a Rússia.