"Na segunda-feira, 13 de maio de 2024, o presidente sancionou a Lei H.R. 1042 de Proibição da Importação de Urânio da Rússia, que impede a importação de urânio não irradiado e de baixo enriquecimento produzido na Federação da Rússia ou por uma entidade russa", disse o comunicado.
No entanto, a legislação permite exceções, caso os EUA determinem que não existe nenhuma fonte alternativa viável de urânio pouco enriquecido para sustentar a operação contínua de um reator nuclear ou de uma companhia de energia nuclear dos Estados Unidos.
Também há exceções se for determinado que a importação de urânio é de interesse nacional. Qualquer isenção emitida pelo Departamento de Energia dos EUA deve terminar até 1º de janeiro de 2028, enquanto a proibição expira em 31 de dezembro de 2040.
A principal empresa de combustível nuclear dos EUA, a Centrus, disse que vai pedir isenção, por ser necessária para continuar a fornecer esse material estratégico aos clientes e para garantir os interesses de toda a indústria nuclear norte-americana.
Em dezembro de 2023, a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou um projeto de lei semelhante para introduzir a proibição à importação de urânio pouco enriquecido de origem russa, que permanecerá em vigor até 2040.
Atualmente, a energia nuclear representa 20% da geração de energia do país, enquanto o fornecimento de urânio da Rússia representa cerca de 20% desta geração. A companhia nuclear estatal russa Rosatom fornece urânio enriquecido, usado como matéria-prima de combustível, para mais de 90 reatores comerciais nos EUA, sendo o maior fornecedor estrangeiro do país, de acordo com o Departamento de Energia dos Estados Unidos.
A Rosatom declarou em várias ocasiões que cumpre integralmente todas as obrigações com os seus clientes estrangeiros e que a situação política não deve desestabilizar o funcionamento do mercado de combustíveis nucleares.
Os preços do urânio no mercado mundial aumentaram acentuadamente depois que os EUA anunciaram as suas intenções.
A Rússia controla atualmente quase 50% da capacidade global de enriquecimento de urânio. Os números oficiais norte-americanos mostram que Washington importou US$ 1,2 bilhão (cerca de R$ 5,9 bilhões) em urânio enriquecido da Rússia em 2023, um recorde histórico.