Com base em mandados de prisão e depoimentos de parentes, investigadores, amigos e advogados dos suspeitos, o levantamento aponta que pelo menos 51 pessoas têm mandados de prisão em aberto ou fugiram após quebrar as tornozeleiras eletrônicas.
"A reportagem identificou dez pessoas que fugiram para o exterior este ano pelas fronteiras de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com destino à Argentina e ao Uruguai", diz um trecho da matéria.
A maioria dos foragidos já havia sido condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a mais de dez anos de prisão por participação na tentativa de golpe de Estado. Não há alertas públicos da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol, na sigla em inglês) sobre esses fugitivos, segundo o UOL.
No dia 8 de janeiro de 2023, uma semana após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente do Brasil, milhares de apoiadores de Bolsonaro invadiram violentamente os principais edifícios institucionais de Brasília: o Congresso Nacional, o STF e o Palácio do Planalto, sede do governo.
Imagens de simpatizantes de Bolsonaro destruindo símbolos da República correram os noticiários do Brasil e do mundo. Segundo o STF, cerca de 2 mil pessoas que estavam acampadas diante de quartéis em Brasília foram encaminhadas à prisão, das quais 775 foram liberadas.
O STF condenou dezenas de participantes, alguns por crimes como ataque ao Estado Democrático de Direito. Alguns condenados cumprem pena domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica.
Em outubro passado, uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos de 8 de Janeiro foi concluída com a aprovação do relatório final apresentado pela relatora, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), que solicitou o indiciamento de 61 pessoas, entre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro, pelos crimes de associação criminosa, violência política, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.