O primeiro-ministro eslovaco sofreu uma tentativa de assassinato a tiros, segundo o Ministério do Interior, durante uma reunião de governo em Handlova, a 190 km da capital, e foi levado de helicóptero para atendimento emergencial em estado crítico. Segundo a TV Markiza, o suspeito de realizar os disparos é Juraj Cintula, escritor eslovaco de 71 anos, que também é apoiador do partido de oposição pró-ocidental Eslováquia Progressista. Após o tiroteio, o suposto atirador foi neutralizado pela polícia.
Um dos disparos atingiu o premiê no peito e abdômen, disse a rede de TV TA3. "Fico foi submetido a uma cirurgia com sucesso, está em estado estável e consciente", informou a emissora. Porém o governo eslovaco disse que o premiê seguia na sala de cirurgia, em estado grave.
A presidente do país, Zuzana Caputova, condenou em nota no X (antigo Twitter) o "brutal" ataque sofrido por Fico e lhe desejou uma pronta recuperação.
Fico e as opiniões contrárias ao Ocidente
Recentemente, Robert Fico prometeu parar de entregar armas das Forças Armadas do país à Ucrânia, além de defender que o apoio militar ocidental não tem sentido e só multiplica as vítimas do conflito, declarando que a Eslováquia não apoiará a adesão ucraniana à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que não há justificativas para o ataque e enviou uma carta para Caputova. No texto, Putin descreve o premiê como um homem "corajoso e incansável" e que essas qualidades o ajudarão nessa situação difícil.
"Cara senhora presidente, tomei conhecimento com tristeza do atentado contra a vida de Robert Fico, o líder do governo da Eslováquia. Este crime hediondo não tem justificativa", disse.
Já o presidente do Comitê de Assuntos Internacionais da Duma de Estado (câmara baixa do Parlamento russo), Leonid Slutsky, sugeriu que os tiros contra Fico podem ter sido motivados por suas opiniões políticas, que não se alinham aos padrões ocidentais.
"A tentativa de matar o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, é uma verdadeira atrocidade. […] Há uma grande probabilidade de que eles quisessem matar Robert Fico por causa de suas opiniões políticas, que não se enquadram nos estereótipos de hegemonia e nos padrões duplos do Ocidente", disse Slutsky em suas redes sociais.
O governo brasileiro também se pronunciou e condenou a tentativa de assassinato do líder eslovaco.
"Ao reiterar seu firme repúdio a qualquer ato de violência política, o Brasil faz votos pela pronta recuperação do primeiro-ministro Fico e manifesta sua solidariedade ao povo e ao governo da Eslováquia", declarou, através de nota divulgada pelo Itamaraty.