De acordo com a porta-voz do governo francês, Prisca Thevenot, o estado de emergência na ilha entrará em vigor nesta noite e vai durar 12 dias. A medida, de acordo com a Bloomberg, permite ao governo proibir protestos públicos ou exigir que as pessoas permaneçam em suas casas, entre outras ações.
A França enviou tropas, instituiu um toque de recolher e proibiu o TikTok no território, disse o primeiro-ministro francês Gabriel Attal nesta quarta-feira (15).
"Soldados das Forças Armadas foram destacados para proteger os portos e o aeroporto da Nova Caledônia", disse Attal em uma reunião ministerial de crise em Paris.
As autoridades francesas mobilizaram a polícia e fecharam aeroportos na ilha após as manifestações. As medidas foram tomadas depois que 130 pessoas foram presas e 60 ficaram feridas durante os distúrbios.
Segundo a mídia, os protestos mais recentes estão centrados em um projeto de alteração constitucional, apoiado por Macron, que está sendo examinado pelos legisladores franceses, o que modificaria as condições de voto no território.
A partir de agora, apenas as pessoas que estão na ilha há determinado período de tempo podem votar nas eleições, excluindo efetivamente os residentes que vieram depois de 1998, mesmo que tenham nascido lá.
Os movimentos pró-independência dizem temer que a mudança resulte em perda de peso eleitoral para a sua comunidade.
Os protestos interromperam a produção de níquel, incluindo a empresa francesa Eramet, embora as manifestações não tenham sido dirigidas contra as companhias mineiras.
A Nova Caledônia foi o terceiro maior produtor mundial de metal para baterias de veículos elétricos no ano passado, respondendo por cerca de 6% da produção global, de acordo com dados do Serviço Geológico dos Estados Unidos, citados pela Bloomberg.
A França reconheceu oficialmente a identidade local Kanak, em 1998, e concedeu maior autonomia ao território. Desde então, foram realizados três referendos de independência, todos a favor da permanência do governo de Paris, mas, segundo a mídia, os líderes Kanak boicotaram o mais recente, realizado em 2021, alegando dificuldades ligadas à COVID-19.