O primeiro-ministro da Bélgica, Alexander De Croo, chegou a afirmar que o destino dos ativos russos congelados na União Europeia (UE) seria decidido pelo G7, que ainda não tinha alcançado um consenso. O vice-porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Vedant Patel, destacou que os norte-americanos pretendem garantir o acordo sobre a base legislativa para o envio dos recursos à Ucrânia.
Já nesta quinta-feira (16), o um representante do Ministério da Fazenda da Itália confirmou que o grupo vai aprovar a medida. A reunião do G7 ocorrerá entre os dias 24 e 25 de maio, em Stresa, no norte da Itália. Nos Estados Unidos, o Congresso chegou a aprovar um projeto que autoriza o governo do presidente Joe Biden a confiscar os ativos russos congelados no país e enviar os recursos a Kiev.
"Nosso Congresso nos deu o poder de confiscar ativos russos nos Estados Unidos. Pretendemos usá-lo", declarou na última terça (14) o secretário de Estado Antony Blinken.
Cerca de 300 bilhões de euros congelados
Após o início da operação militar especial na Ucrânia, a UE e os países do G7 congelaram quase metade das reservas cambiais russas, no valor de cerca de 300 bilhões de euros (R$ 1,6 trilhão). Desse total, 200 bilhões de euros (R$ 1,1 trilhão) estão retidos nas contas do sistema Euroclear, da Bélgica, um dos maiores do mundo.
Até recentemente, na UE estavam sendo discutidos apenas os meios de usar os ativos russos congelados para financiar a recuperação da Ucrânia. Porém o Banco Central Europeu alertou sobre riscos à reputação da moeda europeia no longo prazo e a necessidade de "olhar além desse conflito específico", buscando outras formas de financiamento.
Já o governo russo afirmou que o confisco "será mais um passo na violação de todas as regras e normas do direito internacional". Além disso, o Ministério das Relações Exteriores do país classificou o congelamento dos ativos russos como roubo, observando que a UE visa não apenas os fundos de indivíduos privados, mas também os ativos estatais da Rússia.
O ministro Sergei Lavrov afirmou que a Rússia responderá caso a medida se concretize. Segundo ele, o país "também tem a oportunidade de não devolver os fundos que os países ocidentais mantiveram na Rússia e que foram congelados em resposta ao arresto das reservas estatais russas. Não há dúvida de que agiremos reciprocamente".