As empreiteiras alemãs precisarão da ajuda do governo se quiserem reduzir sua dependência de materiais chineses e competir com as empresas americanas, disse um consórcio de defesa da Alemanha.
Hans Atzpodien, chefe da BDSV, referiu que o setor de defesa dos EUA reduziu amplamente sua dependência da China nos últimos anos sob pressão de Washington.
Berlim parece estar entendendo a situação, mas o setor de defesa nacional ainda está esperando que medidas concretas sejam tomadas, contou ele em entrevista à agência britânica Reuters divulgada nesta sexta-feira (17).
"Poderíamos considerar a criação de reservas nacionais para recursos que são especialmente cruciais", apontou, em referência às reservas de petróleo e gás existentes.
"Poderíamos também seguir o exemplo americano e usar o dinheiro público para reduzir a dependência [da China] na fabricação de produtos de defesa, pagando extra por produtos que tenham sido fabricados sem matérias-primas chinesas", propôs Hans Atzpodien.
Os produtores de armas alemães não foram forçados a seguir o exemplo, mas devem ser pressionados a fazê-lo mais cedo ou mais tarde, disse o chefe da BDSV.
"Se não seguirmos o exemplo deles [EUA], acabaremos sendo pressionados [a fazê-lo]."
Joe Biden, presidente dos EUA, aumentou recentemente as tarifas sobre várias importações chinesas, alegando "práticas injustas" e diferenças políticas.
Os EUA ultrapassaram a China como o parceiro comercial mais importante da Alemanha no primeiro trimestre deste ano.