As forças russas fizeram avanços nas últimas semanas, inclusive na região de Carcóvia, tomando mais territórios do que as tropas ucranianas assumiram durante uma contraofensiva fracassada em 2023, disseram analistas citados na sexta-feira (17) pelo jornal norte-americano The Washington Post (WP).
"A Rússia ocupou mais terras do que a Ucrânia libertou na contraofensiva de 2023", disse a mídia.
Além disso, nota o jornal, o avanço da Rússia, que os autores do artigo chamam de significativo, está pressionando as tropas ucranianas.
No domingo (12) o presidente ucraniano Vladimir Zelensky descreveu a situação das Forças Armadas da Ucrânia na região de Carcóvia, especialmente na cidade de Volchansk, como extremamente difícil. O Estado-Maior ucraniano reconheceu a situação operacional na região como difícil e reconheceu um "sucesso tático" das tropas russas.
O Ministério da Defesa da Rússia informou previamente que os militares russos do grupo Sever (Norte) haviam avançado profundamente na defesa do inimigo e tomado várias localidades na região de Carcóvia. Vitaly Ganchev, chefe da administração russa na região, explicou que os militares russos já controlavam as partes oeste e norte da cidade fronteiriça de Volchansk.
A contraofensiva ucraniana começou em 4 de junho de 2023 e, três meses depois, Vladimir Putin, presidente da Rússia, declarou que a "contraofensiva" não só tinha parado, como tinha fracassado. Em janeiro de 2024, Putin reiterou a mensagem, declarou que a iniciativa estava nas mãos das Forças Armadas russas, e que, se isso continuasse, a viabilidade da Ucrânia como Estado estaria em questão.
Em 19 de dezembro de 2023 o então ministro da Defesa russo Sergei Shoigu relatou que as Forças Armadas da Ucrânia perderam durante sua contraofensiva 159.000 soldados, 121 aviões e 766 tanques, incluindo 37 Leopard. O alto responsável disse que os suprimentos de armas ocidentais e o uso de reservas estratégicas pelo comando ucraniano no campo de batalha não mudaram a situação operacional.