Respondendo a uma pergunta sobre o risco de um conflito nuclear, o porta-voz afirmou que a escalada das tensões na Europa e os conflitos ativos em várias regiões globais estavam minando a estabilidade e a previsibilidade.
"A escalada adicional destas tensões é potencialmente perigosa, inclusive na esfera nuclear. A situação exige um diálogo aprofundado, a fim de, por meio de métodos políticos e diplomáticos, encontrar saídas para essa situação tensa. Mas o diálogo aprofundado entre os principais atores é rejeitado pelos países do chamado Ocidente coletivo", respondeu o porta-voz presidencial russo.
Peskov também chamou atenção para o fato de Moscou estar sendo forçada a tomar medidas na região do Báltico para garantir sua segurança nacional.
"Vocês veem como a tensão está aumentando, qual é o nível de confronto, especialmente na região do Báltico. Isso exige que as nossas instituições tomem medidas específicas para garantir a nossa segurança."
O porta-voz se referiu à proposta do Ministério da Defesa russo de atualizar as coordenadas geográficas das fronteiras para definir expressamente a extensão das águas territoriais no mar Báltico, em particular nas suas ilhas no golfo da Finlândia e no enclave de Kaliningrado.
No entanto, ele descartou que a iniciativa tenha antecedentes políticos, apesar da grave mudança na situação política na região.
Tudo ocorre após a nova vaga expansionista da OTAN com a recente incorporação da Finlândia e da Suécia na aliança militar.
Ao mesmo tempo, Peskov comentou a decisão da União Europeia, anunciada na terça-feira (21), de usar os lucros de ativos russos congelados na Europa para enviar ajuda militar para Ucrânia, classificando a ação como "roubo".
"Eles [os europeus] veem o perigo potencial de tais decisões e compreendem o perigo para eles das possíveis consequências que são inevitáveis, é por isso que optaram por uma versão reduzida, mas isso nada mais é do que uma expropriação", acrescentou Peskov aos jornalistas.