Depois de registrar volumes recordes desde o fim de abril, o Rio Grande do Sul terá tempo seco ao longo do próximo mês, conforme o prognóstico climático do Inmet divulgado nesta sexta-feira (24). O último boletim divulgado pela Defesa Civil no estado aponta 163 mortes pelos temporais no período e 65 desaparecidos.
A previsão do tempo aponta ainda temperaturas baixas para a região, com termômetros abaixo dos 14 ºC. "Não se descarta a ocorrência de geadas em algumas localidades, especialmente aquelas de maior altitude, devido à entrada de massas de ar frio que podem provocar declínio de temperatura, o que é muito comum nesta época do ano", acrescenta o boletim.
Já para o fim de semana, também não há expectativa de temporais no estado, que deve ter tempo firme e temperaturas entre 16 ºC e 9 ºC. Com as chuvas dos últimos dias, o nível do Guaíba, em Porto Alegre, voltou a subir e atingiu 4,27 metros, ainda acima da cota de inundação de 3 metros, aponta a Agência Nacional de Águas (ANA). Sacos de areia chegaram a ser colocados pela prefeitura para evitar o avanço das águas, que voltaram a inundar bairros da cidade.
Em todo o mês de maio já foram registrados quase 500 milímetros de chuvas, um recorde. Mais de 645 mil pessoas estão fora de casa, em abrigos ou casa de parentes, e quase todos os municípios gaúchos foram afetados pelos temporais.
Mais de R$ 1,6 bilhão em indenizações de seguros
Um balanço divulgado pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) também revelou que as empresas do setor receberam quase 24 mil pedidos de indenizações por conta das chuvas no Rio Grande do Sul. Ao todo, o volume já ultrapassa R$ 1,67 bilhão, porém ainda deve subir.
"Neste momento, uma parte muito grande dos segurados sequer avisou os sinistros ocorridos. Sequer entraram com os pedidos de indenização. Isso é natural, porque as pessoas estão cuidando de questões muito mais prementes. Cuidando de suas sobrevivências e de salvar seus bens. Muitas pessoas vão deixar para fazer as notificações assim que as coisas se acalmarem mais", declarou o presidente da entidade, Dyogo Oliveira, à Agência Brasil.
O dirigente acredita que o volume já representa o maior pago pelo setor de seguradoras na história do Brasil, acima inclusive do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em 2019.