Panorama internacional

Houthis vão libertar 100 prisioneiros do Exército do Iêmen

O grupo iemenita Ansar Allah, também conhecido como houthis, anunciou nesta sexta-feira (24) uma iniciativa unilateral para libertar mais de 100 prisioneiros do Exército iemenita. Esse movimento se dá em meio a uma guerra civil que já dura uma década.
Sputnik
O chefe do Comitê de Prisioneiros do movimento, Abdul Qadir al-Murtada, divulgou em suas redes sociais que no sábado (25) "implementará uma iniciativa humanitária unilateral na qual libertará mais de 100 prisioneiros do outro partido [referindo-se ao Exército iemenita]".
Al-Murtada destacou que a iniciativa está sendo conduzida sob orientação do líder do Ansar Allah, Abdul-Malik al-Houthi.
Detalhes adicionais sobre a libertação serão fornecidos em comunicado à imprensa, conforme os prisioneiros forem sendo liberados.
O anúncio é feito apenas dias após o Ansar Allah ter libertado 11 prisioneiros do Exército iemenita, capturados há quatro anos durante uma operação militar na província de Saada denominada "Vitória de Deus", que resultou no controle de uma área de 350 quilômetros quadrados por parte do grupo.
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Recentemente, em 30 de abril, os houthis foram informados pelo vice-enviado das Nações Unidas ao Iêmen, Sarhad Fattah, de que a organização convidaria todas as partes para uma nova rodada de negociações sobre a questão, visando conduzir a um novo acordo para a troca de prisioneiros.
O governo iemenita havia anunciado, no início de janeiro, o adiamento indefinido de uma série de negociações sobre detentos que estava agendada para ocorrer na Jordânia.
O governo culpou o Ansar Allah por obstruir as conversas. O adiamento ocorreu seis meses após uma rodada de consultas em Amã, sob supervisão das Nações Unidas e da Cruz Vermelha, que resultou em um acordo preliminar para libertar 1,4 mil prisioneiros. No entanto a proposta não foi implementada.
Esforços anteriores, incluindo visitas a prisões em Sanaa e Ma'rib, também falharam devido a condições impostas pelo governo iemenita.
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Especificamente o governo exigiu informações sobre Muhammad Qahtan, um membro do Comitê Supremo da Congregação Iemenita para o Partido da Reforma, detido pelo Ansar Allah em 2015.
Em março do ano passado, o governo do Iêmen e o Ansar Allah chegaram a um acordo para trocar 887 prisioneiros, incluindo 16 sauditas e 3 sudaneses, o maior desde o início da guerra. A primeira fase foi implementada em abril.
Desde 2014 o grupo controla grande parte do centro e do norte do Iêmen, incluindo a capital, Sanaa. Em 2015, uma coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita iniciou operações militares para apoiar o Exército iemenita na recuperação dessas áreas.
O conflito já resultou em mais de 377 mil mortes até o final de 2021 e causou perdas econômicas estimadas em US$ 126 bilhões (cerca de R$ 651 bilhões). Aproximadamente 80% da população iemenita necessita de ajuda humanitária, segundo as Nações Unidas.
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