A interferência russa impediu que muitas das bombas guiadas de longo alcance GLSDB relativamente novas da Ucrânia atingissem os alvos pretendidos, relatou na sexta-feira (24) a agência britânica Reuters.
Em 2023, a Ucrânia buscou armas com alcances mais longos do que os 69 km dos foguetes GMLRS fornecidos pelos EUA, para que Kiev pudesse atacar os alvos russos com mais eficácia.
Para isso, a montadora norte-americana Boeing ofereceu a GLSDB, uma bomba de pequeno diâmetro lançada do solo, com um alcance de 161 km. A Ucrânia recebeu a arma no início de 2024.
No entanto, seu sistema de navegação, que permite que ela contorne obstáculos como montanhas e defesas antiaéreas conhecidas, foi alvo de interferência russa, contaram três fontes à agência.
Embora a Boeing tenha afirmado que a arma pode vencer algumas interferências, uma das fontes advertiu que a empresa levaria meses para repará-las.
A interferência no campo de batalha na Ucrânia é "simplesmente uma realidade, e vários sistemas de armas tiveram que enfrentar essas e outras contramedidas", disse Tom Karako, especialista em armas do think tank norte-americano Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS, na sigla em inglês).
"Se esses desafios são, por sua vez, combatidos com atualizações técnicas ou simplesmente com métodos alternativos de emprego, a utilidade do fogo de longo alcance persistirá", apontou ele.