Os números, produzidos pela empresa de consultoria de gestão Bain & Company divulgados pela Sky News, sublinham o grande desafio enfrentado pelas Forças Armadas ucranianas cada vez mais dependentes de equipamento e munição ocidentais para manter as linhas de contato no conflito ucraniano.
De acordo com a apuração, EUA, Reino Unido e outros aliados europeus procuraram aumentar a produção de munição para garantir seu fornecimento à Ucrânia, mas a sua capacidade de fabricar munições de artilharia ainda está aquém da Rússia, mesmo com o esforço econômico combinado que deveria superar o de Moscou.
Como resultado, destaca a matéria, os soldados ucranianos na linha de frente dizem que para cada tiro que disparam contra posições russas, as tropas russas respondem com cerca de cinco projéteis de volta.
De acordo com a consultoria, as fábricas russas têm previsão para fabricar ou reformar cerca de 4,5 milhões de projéteis de artilharia neste ano, em comparação com uma produção combinada de cerca de 1,3 milhão de projéteis nos países europeus e nos EUA.
Para além disso, o custo médio de produção por projétil de 155 mm — o tipo produzido pelos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) — era de cerca de US$ 4.000 (R$ 20.554,48) por unidade, embora varie significativamente entre os países. Isto é comparado com um custo de produção russo relatado de cerca de US$ 1.000 (R$ 5.138,62) por projétil de 152 mm usado pelas Forças Armadas russas.
Mas a artilharia é apenas uma das muitas carências enfrentadas pela Ucrânia, o que torna a continuidade do conflito algo bastante difícil para as forças de Kiev. Neste sentido, Moscou tem manifestado a disposição para uma saída pacífica e negociada do conflito que já ceifou milhares de vidas.
Moscou tem repetidamente alertado contra o fornecimento de armas a Kiev pelo Ocidente, afirmando que os comboios estrangeiros que transportam armas seriam alvos legítimos para suas forças assim que cruzassem a fronteira.
Além disso, o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, acusou os Estados Unidos e a OTAN de já estarem diretamente envolvidos no conflito na Ucrânia, não apenas por meio do fornecimento de armas, mas também pela formação de pessoal em diversos países europeus.