"Nossos irmãos da Guiana estão chupando de canudo as riquezas do Brasil, estão explorando a divisa, em um bloco adquirido no governo Dilma", disse segundo a Folha de S.Paulo, em declarações à imprensa após a abertura da terceira reunião do grupo de trabalho de transições energéticas do G20, em Belo Horizonte.
O ministro acrescentou que o governo deve respeitar os contratos, mas que "é direito do povo brasileiro conhecer as suas riquezas".
Silveira afirmou ainda que é a favor da exploração de petróleo pela Petrobras da chamada Margem Equatorial, zona de alto-mar, onde há possibilidade de existir jazidas importantes.
Além disso, o ministro também afirmou ser favorável à governança global para tratar a transição energética, mas pontuou que é necessário fazê-la respeitando a paz e a prosperidade, a fim de alcançar um equilíbrio entre os interesses conflitantes no mercado mundial de energia.
"Mineiro não pode demonizar a mineração. É preciso nióbio [metal utilizado na indústria] para a transição, mas como fazer é o desafio. Porque o processo de extração e produção tem que ser seguro. As empresas não podem fazer como elas querem."
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), órgão técnico dependente do Ministério do Ambiente, recomendou no ano passado que a exploração petrolífera naquela área fosse rejeitada devido aos riscos para a biodiversidade, decisão esta que causou divisão no governo.
O chefe da pasta de Minas e Energia também criticou as ações "dogmáticas" de setores que "representam obstáculos ao desenvolvimento nacional".
Da mesma forma, confirmou que a nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard, também é a favor da exploração de petróleo na Margem Equatorial e que os dois permanecem em harmonia nessa questão.
A Guiana foi o primeiro país a descobrir petróleo nesta parte do Atlântico, em 2015, com a ajuda da petrolífera americana ExxonMobil.
Desde então, tornou-se uma das economias que mais cresce no mundo: em 2023, seu produto interno bruto (PIB) aumentou 37%, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).