Panorama internacional

'Parede de drones' da OTAN é mais um passo rumo ao confronto 'em grande escala' com a Rússia

Membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) que compartilham fronteira com a Rússia querem aumentar o uso de drones com o objetivo de "proteger seu território contra provocações" não especificadas. A Lituânia pretende criar uma "parede de drones" em conjunto com Estônia, Letônia, Finlândia, Noruega e Polônia.
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"Isso é algo completamente novo, uma parede de drones que se estende da Noruega até a Polônia, e o objetivo é usar drones e outras tecnologias para proteger nossas fronteiras," pontuou a ministra do Interior da Lituânia, Agne Bilotaite. Conforme a autoridade do país, o projeto busca ajudar os países da região a "se protegerem contra provocações de países hostis e prevenir o contrabando".
Embora o conceito de "parede de drones" seja uma ideia nova, é "mais evolutivo do que revolucionário", disse o ex-oficial das Forças Armadas da Suécia e político Mikhail Valtersson.
"Drones já estão em uso para proteção de fronteiras, mas uma parede de drones deve significar que haverá vigilância 24 horas por dia com drones ao longo de toda a fronteira", declarou à Sputnik.
O problema dessa medida é a criação de um sistema de defesa, e ainda é incerto como os países envolvidos vão fazer isso, observou Valtersson.
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"Sistemas eficientes de defesa aérea em grande escala são baseados em mísseis de longo alcance, como o S-400. Sistemas de curto alcance são usados principalmente para a proteção de alvos específicos. Você não pode construir uma parede de defesas antidrone com defesas aéreas de curto alcance, pois precisaria de uma quantidade enorme de sistemas de curto alcance. E seria um exagero total usar sistemas de longo alcance muito caros para se defender de drones baratos", acrescentou.

Além disso, Valtersson pontuou que a eficiência "pode ser limitada tanto em alcance quanto contra drones totalmente independentes, que não são pilotados remotamente".

"O uso prático de uma parede de drones é provavelmente bastante limitado. Pode ser um método eficiente em termos de custo para fortalecer a segurança de fronteiras tradicional, mas não será um divisor de águas. Tanto atores privados (criminosos) quanto estatais serão capazes de derrubar drones de reconhecimento e evitar a detecção, mas refugiados, claro, serão detectados facilmente", afirmou.

Até agora, a iniciativa para criação de uma "parede de drones" parece ser apenas uma tentativa dos países envolvidos de mostrar "sua dureza contra a Rússia e a [alegada] ameaça russa", segundo Valtersson.
"Eles fazem algo com eficiência limitada, mas proclamam como se fosse algo revolucionário. Podem até acreditar que estão aumentando sua segurança, mas na realidade isso é apenas mais um passo em direção à confrontação em grande escala entre as potências ocidentais e a Rússia. Isso aumenta a tensão e diminui a segurança, a um grande custo, e não o contrário", concluiu o especialista.
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