Panorama internacional

'Imagens horríveis': a resposta do mundo ao ataque israelense contra campo de refugiados em Rafah

O mundo está reagindo às cenas de caos e desespero que se seguiram após um ataque israelense em um campo de deslocados perto da cidade de Rafah, na Faixa de Gaza, no domingo (26), que matou pelo menos 40 pessoas e feriu outras dezenas.
Sputnik
As respostas mais indignadas vieram de nações do Sul Global, com membros da Liga Árabe e países como Brasil e Colômbia denunciando que o ataque foi um flagrante desrespeito à decisão da semana passada do Tribunal Internacional de Justiça, que pediu a Israel que cessasse as operações na cidade palestina.
"Faremos tudo o que for possível para responsabilizar esses bárbaros e assassinos", disse o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, que adotou um tom cada vez mais contundente após anunciar que interromperia todo o comércio com Tel Aviv no início deste mês.
Os países ocidentais estão divididos em sua resposta, com o presidente francês Emmanuel Macron afirmando estar "indignado" com o incidente, mas o porta-voz da Casa Branca, John Kirby, expressando confiança na investigação de Israel sobre o "erro".

"Temos que lembrar que esta área, Rafah em Gaza, é onde os palestinos foram informados que estariam seguros. Então, estão superlotados de uma maneira inacreditável. Como 800 mil pessoas em Rafah sozinhas. Triplicou ou quadruplicou de seu tamanho original", observou o jornalista Robert Fantina à Sputnik.

"Eles estão sem comida, água, medicação, instalações sanitárias, e supostamente estariam seguros lá. Então, com as FDI [Forças de Defesa de Israel] dizendo, 'oh, isso foi um erro, deveríamos ter atingido o ponto A e um incêndio aconteceu no ponto B' – bem, quando você tem dezenas de milhares de tendas e pessoas amontoadas na área mais densamente povoada do mundo e então começa a bombardear, muitas pessoas inocentes vão morrer – homens, mulheres e crianças", acrescentou.
O presidente dos EUA, Joe Biden, havia sugerido anteriormente que uma invasão israelense de Rafah constituiria uma "linha vermelha". A Casa Branca suspendeu brevemente a provisão de algumas bombas pesadas para o país no início deste mês por suposta preocupação com baixas civis em massa.
Mas o presidente aparentemente mudou de curso uma semana depois, anunciando um novo pacote de armas de US$ 1,25 bilhão (R$ 6,45 bilhões) para Israel após críticas de membros do Congresso.
Enquanto isso, a população teve acesso às imagens da cena infernal que surgiu após o ataque de Israel no último domingo (26), enquanto um incêndio devastava o acampamento de tendas.
"As cenas de Rafah durante a noite são horríveis", escreveu o comentarista britânico Piers Morgan, que tem apoiado consistentemente Israel em sua operação de sete meses em Gaza. "Eu defendi o direito de Israel de se defender após o dia 7 de outubro, mas massacrar tantas pessoas inocentes enquanto se abrigam em um campo de refugiados é indefensável. Pare isso agora", declarou.
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"Estamos vendo essas imagens horríveis de bebês queimados e decapitados. Estas não são coisas que acontecem por acidente", disse Fantina.
"Eles continuam a campanha de bombardeio, dizem que vão investigar isso. E você tem que lembrar, eles sempre investigam seus próprios crimes e concluem que não são culpados. Isso não é mais aceitável no cenário internacional. Foi por muito tempo porque os Estados Unidos permitiram, habilitaram, mas esses dias, eu acho, se foram", afirmou.
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu chamou o incidente de "erro trágico", dizendo que uma "munição de precisão" incendiou um tanque de combustível no acampamento palestino.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, criticou o ataque. "Condeno as ações de Israel que mataram dezenas de civis inocentes que estavam apenas buscando abrigo deste conflito mortal", finalizou.
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