Nesta quinta-feira (30), o líder chinês discursou na cerimônia de abertura da 10ª Conferência Ministerial do Fórum de Cooperação China-Estados Árabes em Pequim, com a presença do rei do Bahrein, Hamad bin Isa Al Khalifa; do presidente do Egito, Abdel Fattah El-Sisi; do presidente da Tunísia, Kais Saied, e do presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohamed bin Zayed Al Nahyan.
Em suas declarações, Xi disse que o Oriente Médio "é uma terra dotada de amplas perspectivas de desenvolvimento, mas a guerra ainda assola a região", segundo um comunicado publicado pelo Ministério das Relações Exteriores da China.
"Desde outubro passado, o conflito israelo-palestino agravou-se drasticamente, lançando o povo a um sofrimento tremendo. A guerra não pode continuar indefinidamente. A justiça não deve estar ausente para sempre", afirmou.
Xi também defendeu a solução de dois Estados para a região e disse que Pequim doará quantias à UNRWA, a agência da Organização das Nações Unidas para Palestina, e também à Faixa de Gaza para "reconstrução pós-conflito".
"O compromisso com a solução de dois Estados não deve ser vacilado à vontade. A China apoia firmemente o estabelecimento de um Estado independente da Palestina que goze de plena soberania com base nas fronteiras de 1967 e com Jerusalém Oriental como capital. Apoia a adesão plena da Palestina à ONU [...]. Além dos anteriores 100 milhões de yuans [R$ 79,9 milhões] de assistência humanitária de emergência, a China fornecerá 500 milhões de yuans [R$ 359,77 milhões] adicionais de assistência para ajudar a aliviar a crise humanitária em Gaza e apoiar a reconstrução pós-conflito. Doaremos US$ 3 milhões [R$ 15,6 milhões] à Agência de Assistência e Obras das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina [UNRWA], em apoio à sua assistência humanitária de emergência a Gaza", afirmou Xi aos líderes árabes.
Xi disse aos convidados árabes que "neste mundo turbulento, as relações pacíficas resultam do respeito mútuo e a segurança duradoura baseia-se na imparcialidade e na Justiça", acrescentando que Pequim deseja fazer parceria com esses países em diversos setores.
O discurso do presidente chinês ocorre em um momento em que a China procura se posicionar como líder do Sul Global e exercer mais influência no Oriente Médio.
El-Sisi do Egito, em diálogos bilaterais com seu homólogo chinês, agradeceu o apoio do país asiático para o fim da guerra e enfatizou a necessidade de acabar com o conflito na Faixa de Gaza devido às graves consequências humanitárias, segundo o jornal Nikkei Asia. O Egito, um dos poucos países árabes que reconhece Israel, é também o único que compartilha fronteira com Gaza.