De acordo com a Reuters, há uma preocupação crescente de que o foco de Washington em Kiev e seu o apoio à guerra de Israel em Gaza, tenha desviado a atenção do Indo-Pacífico, uma região que, segundo o secretário de Defesa norte-americano, "é prioridade".
"Apesar destes confrontos históricos na Europa e no Oriente Médio, o Indo-Pacífico continua a ser o nosso teatro de operações prioritário", disse Austin no seu discurso, que parecia ter como objetivo sublinhar o legado da administração Biden na região, acrescentou a mídia.
Austin também disse os Estados Unidos mantêm há muito tempo a sua presença nesta região porque "[...] deixe-me ser claro: os EUA só podem estar seguros se a Ásia estiver segura", afirmou.
"[...] a resolução pacífica de disputas [acontece] através do diálogo e não da coerção ou do conflito. E certamente não através da chamada punição", disse Austin, atacando a China, escreve a agência britânica.
Cerca de US$ 8 bilhões (R$ 41,9 bilhões) em financiamento dos EUA são reservados para combater o país asiático no Indo-Pacífico, como parte da lei de financiamento suplementar aprovada pelos legisladores.
Em resposta, o tenente-general chinês Jing Jianfeng disse que a estratégia Indo-Pacífico dos EUA pretendia "criar divisão, provocar confrontos e minar a estabilidade".
"Isso serve apenas aos interesses geopolíticos egoístas dos EUA e vai contra a tendência da história e as aspirações compartilhadas dos países regionais pela paz, pelo desenvolvimento e pela cooperação vantajosa para todos", disse Jing, vice-chefe do Departamento do Estado-Maior Conjunto da Comissão Militar Central da China.
Algumas autoridades norte-americanas dizem que Pequim se tornou mais encorajada nos últimos anos, lançando recentemente o que descreveu como exercícios de "punição" em torno de Taiwan.
Pequim vê Taiwan como uma província renegada que pertence por direito à China no âmbito da política de Uma Só China. A ilha autogovernada não declarou formalmente sua independência, mas afirma já ser, mantendo laços próximos a países ocidentais, principalmente os EUA.
Filipinas
As Filipinas estão no centro de uma intensificação da luta pelo poder entre Washington e Pequim.
Ainda durante seu discurso, Austin disse que o assédio enfrentado por Manila era perigoso, e reiterou que o tratado de defesa mútua dos EUA com as Filipinas era rígido. O secretário afirmou que o objetivo é que as tensões entre Pequim e Manila não saiam do controle.
"A América continuará a desempenhar um papel vital no Indo-Pacífico, juntamente com os nossos amigos em toda a região que compartilhamos e com os quais nos preocupamos tanto", disse Austin.
Jing, o general chinês, respondeu que estas alianças contribuíram para a instabilidade, e foi duro em sua resposta.
"É natural que os vizinhos briguem por vezes, mas precisamos de resolver divergências através do diálogo e da consulta, em vez de convidar lobos para entrar na nossa casa e brincar com fogo", afirmou o militar chinês.