A visita do chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, à Guiné é sintomática de um desejo de aproximação entre Moscou e os países africanos que se libertaram do neocolonialismo ocidental, explicou à Sputnik Sébastien Périmony, membro do Instituto Schiller e autor do livro "Veja a África com os olhos do futuro".
"Há uma aproximação muito clara, devido ao desejo dos países africanos de trabalhar com a Rússia e pelo fato de a Rússia se envolver no continente africano. É importante que o sr. Lavrov possa ir a um país da África Ocidental para mostrar precisamente essa convergência de vontades", explica.
Na capital guineana, Conacri, o ministro das Relações Exteriores russo apelou também pela retomada do trabalho da Comissão Intergovernamental com a Guiné o mais rápido possível, uma iniciativa que permitirá reforçar concretamente os laços entre os dois países, para além de encontros importantes, como a cúpula Rússia-África, sublinha o especialista.
"Essa comissão permite aprofundar os aspectos estratégicos, pôr em prática verdadeiras políticas de desenvolvimento em torno de projetos concretos, seja no domínio agrícola, no domínio das infraestruturas ou em outros", explica.
O ministro das Relações Exteriores russo está em visita oficial a Conacri, onde se encontrou com o seu homólogo Morissanda Kouyaté. Os dois discutiram a cooperação econômica e técnico-militar entre os países. Foi também discutida a implementação de projetos conjuntos de prospecção geológica e aproveitamento de jazidas minerais.