"Se alguém é a favor da paz, então provavelmente será necessário […] resolver o problema com a participação de todas as partes envolvidas. Os organizadores dessa conferência não querem a paz", disse o chanceler russo em uma conferência de imprensa após negociações com o presidente do Chade, Mahamat Déby Itno, no país africano.
A conferência está marcada para os dias 15 e 16 de junho, na cidade de Lucerna. A Suíça, anfitriã da reunião, convidou delegações de 160 países, dizendo orginalmente que os convites eram para chefes de Estado ou membros de governos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não vai ao encontro por causa da ausência russa e deve enviar a embaixadora brasileira na Suíça, Cláudia Fonseca Buzzi, para representá-lo na conferência.
A cúpula ocorre depois de os EUA, o Reino Unido e outros aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) terem levantado as restrições formais que limitavam a utilização de mísseis de longo alcance pela Ucrânia fornecidos pelo Ocidente para atacar alvos no interior da Rússia.
O presidente russo, Vladimir Putin, alertou às nações da OTAN que deveriam perceber "com o que estão brincando" ao permitirem que a Ucrânia ataque o território russo.
Visita de Lavrov ao Chade
Em visita ao Chade, Lavrov declarou, após reunião com Mahamat Déby Itno, que os dois países vão intensificar a cooperação técnico-militar:
"Hoje foi confirmado o interesse em fornecer equipamento russo às necessidades das Forças Armadas do Chade, especialmente em um contexto em que é necessário reforçar as capacidades de defesa face às contínuas ameaças terroristas, principalmente aquelas que emanam do território da Líbia, depois que as forças da OTAN destruíram esse país em 2011, destruindo a sua condição de Estado", disse Lavrov.
O Chade também está interessado na cooperação bilateral para o uso pacífico da energia nuclear, acrescentou Lavrov.
O país africano mantém uma postura neutra sobre o conflito na Ucrânia e apela por uma resolução pacífica.
Sobre esse tema, o chanceler comentou que "o que está acontecendo na Ucrânia lembra os tempos coloniais: embaixadores ocidentais vêm e dizem às autoridades do Chade o que fazer. Moscou não entende a posição do Ocidente sobre a Ucrânia: ou você está a favor da derrota da Rússia ou de conferências, mas deve haver diálogo com todas as partes", declarou.