Macron recebeu Biden para uma visita de Estado onde discutiram medidas que os Estados Unidos e a Europa poderiam tomar para tornar as suas economias mais resilientes às importações chinesas.
Ao mesmo tempo, defenderam a proposta de taxação de super-ricos defendida pelo governo Lula no âmbito do G20.
"França e EUA saúdam a iniciativa da presidência brasileira do G20 para priorizar discussões sobre cooperação internacional em relação à taxação, e pretendem trabalhar para aumentar esforços com o objetivo de uma taxação progressiva e justa para indivíduos", afirmam os líderes no comunicado, citado pela Folha de São Paulo.
A defesa da taxação dos super-ricos vem sendo capitaneada sobretudo pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e se tornou um dos temas da presidência rotativa exercida pelo Brasil neste ano do G20.
Washington e Paris também dialogaram sobre Pequim, com Macron afirmando que "manifestamos as mesmas preocupações sobre as práticas potencialmente injustas da China, que resultam na criação de excesso de capacidade, um assunto de tal importância para a economia global que precisamos agir de forma coordenada", disse o mandatário a jornalistas.
De acordo com a Bloomberg, Biden não levantou o assunto durante uma entrevista à imprensa com o homólogo francês, mas enquanto conversava anteriormente sob um guarda-chuva em um pátio do Palácio do Eliseu, o líder norte-americano disse a Macron que os EUA e a Europa deveriam "se coordenar" nos investimentos internos.
Os repórteres ouviram Biden contar ao líder francês sobre sua última discussão com o presidente chinês, Xi Jinping, o qual o presidente norte-americano disse ter se oposto às tarifas dos EUA sobre os veículos elétricos chineses. Biden declarou que defendeu as taxas de importação durante a conversa.
A Lei de Redução da Inflação assinada por Biden irritou os líderes europeus, incluindo Macron, que temem que os milhares de milhões de dólares em subsídios, autorizados para tornar o setor de energia limpa dos EUA mais competitivo em relação ao da China, possam prejudicar as empresas europeias.
Biden elogiou a medida como o maior investimento de sempre dos EUA no combate às alterações climáticas.