A nova negociação deverá ser feita após ser concluída a revisão da oitava auditoria trimestral do plano em vigor para refinanciar US$ 44 milhões (aproximadamente R$ 236 milhões).
"A partir daí começaremos a negociar com eles um novo programa […] e tentaremos garantir que, com esse novo programa, chegue dinheiro novo", disse Caputo em discurso no Hilton em Buenos Aires.
O conselho do FMI se reunirá em 13 de junho para tratar da oitava auditoria trimestral. Aprovada em 13 de maio pelo corpo técnico da organização, está sujeita ao programa Extended Facilities, assinado em março de 2022 pela administração anterior, presidida por Alberto Fernández.
"Estamos em processo de revisão do fundo, que será no dia 13", confirmou o ministro em seu discurso de abertura da conferência "O renascimento da liberdade na Argentina e no mundo".
Caputo alertou que o governo ainda não pode anunciar o acordo "porque logicamente deve primeiro ser acordado com o FMI", mas revelou que a discussão do novo programa começou em agosto do ano passado, depois das eleições primárias que colocaram Milei como candidato oficial à presidência naquela altura.
Em outro momento durante o discurso, o ministro destacou que são necessárias quatro condições para poder levantar as restrições cambiais atualmente vigentes: "Equilíbrio fiscal, resolver o problema do estoque de demanda por dólares herdado da administração anterior, o fluxos de dólares e uma relação razoável entre as reservas do Banco Central [Banco Central da República Argentina] e os passivos remunerados".
Em sua análise, Caputo destacou que o que "está mais razoavelmente cumprido é o equilíbrio fiscal, e o quarto ainda é aquele em que temos que continuar a trabalhar".
Assim que a diretoria da organização aprovar a oitava revisão do atual programa, desembolsará US$ 800 milhões (R$ 4,2 bilhões) para que o país possa cumprir o pagamento do juros da dívida de US$ 44 bilhões (R$ 236 bilhões).
A Argentina ainda tem outras duas revisões pendentes. Se o país concluísse a nona auditoria em agosto, o FMI liberaria US$ 528 milhões (R$ 2,8 bilhões) para a última revisão e, em novembro, desembolsaria outros US$ 412 milhões (R$ 2,2 bilhões).
O Executivo, que tomou posse em dezembro, renovou o acordo com o fundo depois de a administração anterior não ter conseguido cumprir vários dos objetivos ligados ao programa nos últimos três trimestres, incluindo a meta do déficit fiscal.
A partir de 2026, a Argentina começará a pagar os US$ 44 bilhões devidos, o que a torna o país com maior crédito concedido pelo FMI.