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Inflação argentina desacelera para 8,8% em abril, acumula alta de 65% no ano e de 289,4% em 12 meses

© Sputnik / Cesar SalvucciPeso argentino vive momento de grande volatilidade em meio à crise econômica no país
Peso argentino vive momento de grande volatilidade em meio à crise econômica no país - Sputnik Brasil, 1920, 14.05.2024
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Os preços de bens e serviços na Argentina tiveram desaceleração mensal de 8,8% em abril, representando queda de 2,2 pontos percentuais em relação à inflação de março, mas registraram aumento anual de 289,4%, informou nesta terça-feira (14) o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec).
Ainda segundo a agência estatal, este é o quarto mês seguido de recuo dos preços. O levantamento aponta que a variação menor foi impulsionada principalmente pelo aumento nas tarifas de diferentes serviços regulamentados e pela desaceleração dos valores dos alimentos.
Os maiores aumentos mensais ocorreram nos setores de serviços públicos, comunicação e vestuário.
Manifestante se enrola em bandeira argentina durante protesto contra a escassez de alimentos em cozinhas comunitárias e as reformas econômicas propostas pelo presidente Javier Milei. Buenos Aires, Argentina, 7 de maio de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 10.05.2024
Panorama internacional
Argentina paralisa durante 2ª greve geral contra o governo Milei

Argentina e os números de inflação maquiados para 'inglês ver'

Em recente entrevista à Sputnik Brasil, o professor de relações internacionais do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo Matheus de Oliveira afirmou que Javier Milei apresenta números que indicam melhoria na economia argentina que são "superávit para inglês ver".

"Na verdade, o que tem aí é uma grande manobra contábil que passa pelo congelamento de despesas em um contexto ainda de inflação muito elevada e de aumento da arrecadação via imposto inflacionário. Então é um superávit meio maquiado. Não é um superávit que reflete melhoria da situação econômica do país."

De acordo com dados divulgados na semana passada pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) sobre o produto interno bruto (PIB) médio da América Latina, a Argentina está entre os países da região cuja projeção se deteriorou, ao passar de uma queda de -1% para -3,1%.

Reformas e greves gerais na Argentina

Na semana passada também houve a segunda paralisação nacional contra as reformas trabalhistas e econômicas do governo Milei.
Após rejeição pelo Congresso em fevereiro, para garantir a aprovação da Lei de Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos, conhecida também como Lei Omnibus, o governo reduziu o número de propostas de mais de 600 para 250 e colocou cada capítulo para votação individual. Aprovado na Câmara, o projeto tramita agora no Senado.
A lei autoriza a privatização de empresas públicas, concede poderes legislativos ao presidente e introduz uma série de reformas profundas, como a trabalhista, a tributária e um regime para fomentar grandes investimentos.
A primeira greve que Javier Milei enfrentou foi em 24 de janeiro, 45 dias após assumir a presidência. Os problemas na economia argentina, em que os salários perderam seu poder aquisitivo devido à inflação, fez com que a produção industrial e a construção civil caíssem no primeiro trimestre em 14,8% e 30,3%, respectivamente.
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