"A ideia é a de enviar a embaixadora do Brasil na Suíça [Cláudia Fonseca Buzzi]. Existem muitos apelos [para que o Brasil eleve sua participação], mas não acho que tem como mudar. O vício de origem é a não participação da Rússia. O programa, ainda que modificado, ele se baseia no plano de [Vladimir] Zelensky de paz. Não é assim. O Brasil não fez nada para favorecer a Rússia, mas para favorecer a paz", declarou o assessor para assuntos internacionais da Presidência da República em entrevista à coluna de Jamil Chade no UOL publicada nesta quarta-feira (12).
"[…] existia, em 2023, um momento em que parecia que a Rússia estava fragilizada, mas [Vladimir] Putin superou isso. Eu estive em São Petersburgo, e parecia Londres nos anos 1970. Os jovens nas ruas. Eu me perguntei: este país está em guerra?"
"A Rússia aumentou sua autossuficiência em alimentos, que era uma área que o Brasil buscava muito. As sanções estão ajudando a formar um bloco, com China, Rússia e Índia", ponderou.
"Há um pensamento forte sobre isso. No caso do Brasil, jogamos com duas posições: a aliança com sociais-democratas pelo mundo e a aliança com os países em desenvolvimento, como o BRICS. É um mundo complicado. Temos uma forma muito complicada de organização do poder. As ameaças e os conflitos abertos estão aí. Na Ucrânia, as superpotências se opõem. Ao mesmo tempo, o conflito de Israel engole tudo e mexe com as políticas internas dos países. De fato Gaza é mais perigosa que a Ucrânia nesse sentido", declarou.