"As sanções contra China, Rússia, Venezuela e Irã provocaram uma ruptura no sistema financeiro internacional [...], agora há uma negociação paralela ao que era um mercado único, agora há evidentemente um mercado financeiro que está em ascensão", detalhou o membro da Comissão de Política Externa da Assembleia Nacional.
Nesse contexto, o deputado destacou a importância do surgimento de novos mecanismos financeiros que permitam aos países sancionados pelos EUA romperem o cerco imposto por essas medidas.
Daza fez esses comentários após ser consultado sobre os aspectos da política internacional ligados à reunião de chanceleres do BRICS que ocorreu na Rússia.
Em comunicado conjunto adotado após reunião na cidade russa de Nizhny Novgorod, os ministros das Relações Exteriores dos países que compõem o grupo destacaram a importância do uso mais amplo das moedas nacionais para pagamentos dentro do bloco.
Nesse sentido, o legislador destacou que a implementação de um "acúmulo de moedas" no mercado internacional "substituiria a hegemonia do dólar" no mundo.
"Hoje o dólar não ocupa o mesmo lugar que ocupava no mercado internacional. Portanto, são chamadas de transações em moedas diferentes do dólar, seja com moedas locais ou com moedas que poderiam surgir no âmbito das Nações Unidas, uma cesta de moedas que substituiria a hegemonia do dólar no mercado mundial", acrescentou.
Daza considerou que neste momento o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) do bloco é talvez "o ponto de apoio mais importante de qualquer economia do mundo acima do que é o Fundo Monetário Internacional".
O membro da Comissão de Política Externa destacou a reunião do BRICS como um "ponto-chave do que é a nova geopolítica mundial" e acrescentou que a Venezuela desempenha um papel fundamental devido à sua capacidade de enfrentar o bloqueio.
"Nesse cenário, a política externa do presidente Maduro desempenha um papel fundamental, pois tem sido um eixo tanto nas propostas, como no potencial e na capacidade econômica que o nosso país tem caso consiga derrotar, como está a fazer progressivamente, o bloqueio e as sanções econômicas", indicou.