Meloni esclareceu que o plano não envolve o confisco dos ativos russos, mas sim o uso dos juros gerados ao longo do tempo. Segundo ela, a decisão reflete um equilíbrio entre apoiar financeiramente a Ucrânia e respeitar considerações legais e diplomáticas relacionadas aos ativos congelados.
"Confirmo que chegamos a um acordo político para fornecer assistência financeira adicional à Ucrânia de cerca de US$ 50 bilhões até o final do ano através de um mecanismo de empréstimo que utilizará os lucros dos ativos russos congelados nas nossas jurisdições para reembolsá-los", disse Meloni. "Certamente não estamos falando do confisco desses bens, mas dos lucros que eles geram ao longo do tempo."
Ontem (12), a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou que não tem nada a dizer sobre a legalidade da decisão de usar ativos russos congelados para financiar a Ucrânia.
A União Europeia e o G7 bloquearam ativos russos no valor de 300 bilhões de euros (mais de R$ 1,7 trilhão) desde o início da operação militar da Rússia na Ucrânia.
Cerca de 200 bilhões de euros (R$ 1,1 trilhão) de fundos russos estão congelados nas contas da Euroclear, um dos maiores sistemas de compensação e liquidação de títulos financeiros da Europa, com sede na Bélgica.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia descreveu a medida como um "roubo" que afeta não apenas investidores individuais, mas também fundos soberanos. O ministro da pasta, Sergei Lavrov, alertou que a Rússia responderia simetricamente com o confisco de bens europeus congelados na Rússia.
Lula tem agenda cheia no evento
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está com agenda intensa no evento, segundo o Itamaraty, com reuniões bilaterais com o papa Francisco, três presidentes e um primeiro-ministro.
Conforme a pasta, Lula terá agenda com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, além dos presidentes da França, Emmanuel Macron; da África do Sul, Cyril Ramaphosa, da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen e do chanceler da Alemanha, Olaf Scholz.
Esta é a oitava vez que Lula participa de uma cúpula do G7. No ano passado, o petista também esteve na reunião anual do grupo, em Hiroshima, no Japão. O Brasil deve focar em temas como combate à fome, taxação dos super-ricos e setor trabalhista.