Conforme a entidade, a manutenção do indicador foi aprovada por unanimidade no conselho por conta dos recentes aumentos do dólar, as incertezas econômicas no cenário internacional e a dúvida com relação aos gastos públicos do governo brasileiro.
Na última terça (18), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez duras críticas à atuação do Banco Central durante entrevista à Rádio CBN. Os ataques também foram direcionados ao presidente do órgão, Roberto Campos Neto, indicado na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Nós só temos uma coisa desajustada no Brasil neste instante: é o comportamento do Banco Central. Essa é uma coisa desajustada. Um presidente do Banco Central que não demonstra nenhuma capacidade de autonomia, que tem lado político e que, na minha opinião, trabalha muito mais para prejudicar o país que para ajudar o país. Porque não tem explicação a taxa de juros do jeito que está", declarou Lula.
A próxima reunião, que pode alterar a taxa básica de juros, acontece em 45 dias. O índice foi mantido em 10,5% após sete cortes consecutivos. De agosto do ano passado até março, o Copom fez cortes de 0,5 ponto percentual (p. p.) a cada reunião. Já em maio, a diminuição foi menor, de 0,25 p. p.
Mesmo com a manutenção, a Selic segue no menor nível desde fevereiro de 2022, quando na época atingiu 9,75%. Entre março de 2021 e agosto de 2022, diante dos efeitos da pandemia de COVID-19, o Copom realizou altas consecutivas que fizeram a taxa chegar a 13,75%.
Controle da inflação
A taxa básica de juros é usada pelo Banco Central para ajudar a controlar a inflação brasileira, que — conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado em maio — apontou alta de 0,46% no mês. A alta registrada se deve aos alimentos, reflexo das cheias históricas ocorridas no Rio Grande do Sul.
Já no acumulado dos últimos 12 meses, o indicador está em alta de 3,93%.