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Lula: presidente do Banco Central 'tem lado político' e 'trabalha para prejudicar o país'

© Foto / Lula Marques / Agência BrasilPresidente do Banco Central, Roberto Campos Neto discursa no plenário da Câmara dos Deputados em sessão solene para celebrar os 106 anos de nascimento do economista e ex-deputado federal, Roberto de Oliveira Campos, em 2 de agosto de 2023
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto discursa no plenário da Câmara dos Deputados em sessão solene  para celebrar os 106 anos de nascimento do economista e ex-deputado federal, Roberto de Oliveira Campos, em 2 de agosto de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 18.06.2024
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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, "tem lado político" e está trabalhando "para prejudicar o país", declarou nesta terça-feira (18) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista a um programa de rádio.

"É o comportamento do Banco Central. Essa é uma coisa desajustada. Um presidente do Banco Central que não demonstra nenhuma capacidade de autonomia, que tem lado político, e que, na minha opinião, trabalha muito mais para prejudicar o país do que para ajudar o país. Não tem explicação a taxa de juros do jeito que está", comentou Lula à Rádio CBN.

Na entrevista, transmitida ao vivo nos canais da Presidência da República, Lula também criticou a presença de Campos Neto em um jantar promovido pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), no Palácio dos Bandeirantes, na semana passada.

"Eu já lidei por muito tempo com o Banco Central. Eu duvido que esse Roberto Campos tenha mais autonomia do que tinha o [Henrique] Meirelles. O que é importante é saber a quem esse rapaz é submetido. Como é que ele vai numa festa em São Paulo quase que assumindo a candidatura a um cargo do governo de São Paulo? Cadê a autonomia dele?", questionou o presidente.

Sede do Banco Central do Brasil, no Setor Bancário Norte, em Brasília, DF - Sputnik Brasil, 1920, 31.01.2024
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Banco Central diminui a taxa de juros para 11,25% ao ano; CNI critica manutenção de taxa básica
As declarações foram feitas um dia antes de o Banco Central divulgar a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa básica de juros do Brasil, a Selic, marcada para esta quarta-feira (19). O Copom decidirá se mantém a taxa em 10,5% ao ano ou se fará um último corte de 0,25 ponto percentual.
Principal instrumento usado pelo Banco Central para controlar a inflação Selic é elevada para tentar frear a inflação e reduzida quando os preços estão abaixo da meta definida pelo governo.
O presidente também abordou o orçamento federal e disse que está disposto a dialogar com parlamentares e setor empresarial, além de cortar gastos, se necessário, mas sem prejudicar a população mais humilde.
Ele destacou o crescimento de 2,9% do produto interno bruto (PIB) em 2023, acima do que estimava o mercado, e o lançamento do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), que prevê R$ 1,7 trilhão de investimento público e privado em infraestrutura.
Lula também reforçou seu compromisso fiscal com o país.
"Não gosto de gastar aquilo que não tenho. Aprendi com uma mulher analfabeta, que era minha mãe. Você não pode gastar o que não tem, só pode gastar o que você ganha. Se tiver que fazer uma dívida, tem que fazer para aumentar alguma coisa na sua vida. É assim que prezo a minha consciência política", disse ele.
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