Ciência e sociedade

Astrônomos acreditam ter flagrado um buraco negro 'acordando' em uma galáxia distante (IMAGEM)

De acordo com a pesquisadora principal da descoberta, o fenômeno celeste de comportamento "sem precedentes" aponta para uma enorme atividade energética na constelação de Virgem, sugerindo que um enorme buraco negro esteja em intensa atividade.
Sputnik
Em dezembro de 2019, o Zwicky Transient Facility — um telescópio situado na montanha Palomar, na Califórnia — alertou os astrônomos sobre uma explosão repentina vinda de uma galáxia que de outra forma seria normal, a cerca de 300 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Virgem. A intensidade da atividade celeste diminuiu e atingiu o pico de modo brusco ao longo de quatro anos, mas continua a persistir até hoje, um tempo longo demais e que aparentemente não pode ser explicado por nenhum fenômeno cósmico típico, disse astrônoma do Observatório Europeu do Sul, na Alemanha, Paula Sánchez-Sáez, que liderou a descoberta.
"Este comportamento não tem precedentes", afirmou Sánchez-Sáez, que disse suspeitar que o registro seja de um buraco negro gigante no coração da galáxia consumindo o gás circundante que atinge temperaturas escaldantes pouco antes de cair no abismo cósmico, criando espetáculos de luz detectáveis pelo telescópio Zwicky.
Segundo a pesquisadora, se esse for realmente o caso, esta seria a primeira vez que avistamos um buraco negro "ativo", anunciaram Sánchez-Sáez e seus colegas na terça-feira (18).
O centro de uma galáxia distante na constelação de Virgem continua a brilhar desde o final de 2019, sugerindo que um buraco negro gigante pode estar "acordando"
Um milhão de vezes mais pesado que o nosso Sol, este buraco negro tem estado "adormecido" pelo menos nas últimas duas décadas. A galáxia em que reside, SDSS1335+0728, tem sido observada por astrônomos há anos, mas uma explosão como a provocada em 2019 "nunca foi observada antes" em tempo real, disse a coautora do estudo Lorena Hernández García, do Instituto Millennium de Astrofísica do Chile, em comunicado.
De acordo com o portal Space, após analisar uma combinação de observações de arquivo recolhidas por vários telescópios antes e depois do evento de 2019, os investigadores descobriram que a galáxia está agora irradiando "muito mais luz" em vários comprimentos de onda, incluindo ultravioleta, ótico e infravermelho.
É possível que a explosão energética de quatro anos esteja sugerindo que uma estrela sem sorte pode ter se aventurado muito perto do buraco negro e foi destruída, mas mesmo a mais lenta das mortes estelares induzidas por um buraco negro dura no máximo algumas centenas de dias, razão pela qual este evento tem intrigado os astrônomos.
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