Documentos sobre os crimes do assassino em série nazista Erich Gustav Scharfetter, perdoado pelo pai de Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, foram publicados na quinta-feira (20) pelo portal Istoriya.rf.
Egor Yakovlev, especialista da Sociedade Histórica Militar Russa, encontrou documentos da investigação do caso de Scharfetter, a quem, em 1º de fevereiro de 1980, o Tribunal Distrital de Stade, na então Alemanha Ocidental, condenou a 18 penas de prisão perpétua por 18 assassinatos cometidos em um campo de concentração no território ocupado da União Soviética.
O portal relata que dez anos após a sentença do criminoso, em fevereiro de 1990, Ernst Albrecht, que era chefe do estado federado da Baixa Saxônia, perdoou o criminoso nazista devido à sua idade avançada e à deterioração da saúde. Scharfetter foi libertado em 30 de março de 1990 e morreu em 1998, aos 90 anos de idade.
Scharfetter foi recrutado para a organização militar nazista Waffen-SS em julho de 1939. Em 1943, ele foi enviado à Estônia ocupada, para os campos de concentração de Vaivara, onde cometeu seus crimes. Após ser evacuado da Estônia devido à aproximação do Exército Vermelho, serviu no campo de concentração de Stutthof, onde sofreu uma lesão na perna e ficou em um hospital militar a partir do outono europeu de 1944.
Nos últimos meses da guerra, mudou-se para Hamburgo, onde ficou com sua família. Ele foi para o mar em 1956, como ajudante de maquinista. Depois que sua esposa lhe escreveu, em novembro de 1960, dizendo que a polícia estava interessada neles, Scharfetter desembarcou em Port Said, no Egito, e pediu asilo no país. Em novembro de 1977, ele decidiu retornar à Alemanha Ocidental e foi preso imediatamente após sua chegada ao aeroporto de Munique, onde havia um mandado emitido pelo tribunal de Stade. Seu julgamento começou em 13 de dezembro de 1978.
A filha de Scharfetter, depois de duas tentativas de pedir clemência, recorreu à Assistência Silenciosa, uma organização dedicada a aliviar a situação de nazistas condenados.
Em 1988, um dos ativistas da organização recorreu ao presidente da Alemanha Ocidental com um terceiro pedido de perdão, mas o gabinete não o aceitou, explicando que não lidava com questões de perdão e que isso era competência dos estados federados. Em março de 1989, Ernst Albrecht também rejeitou a petição, mas na quarta tentativa, em fevereiro de 1990, ele decidiu libertar o assassino em série.