A conversa aconteceu após a emissora norte-americana CNN divulgar que o governo do presidente Joe Biden avançou nas negociações para permitir o envio de militares contratados pelo país para a Ucrânia. O canal citou quatro autoridades "familiarizadas com o assunto".
Porém, o Pentágono negou que tenha ocorrido qualquer mudança na posição dos EUA sobre o assunto. Conforme o porta-voz do órgão norte-americano, Patrick Ryder, o contato foi iniciado por Washington.
Já o Ministério da Defesa russo afirmou que Belousov enfatizou ao secretário norte-americano sobre os riscos de uma escalada do conflito por conta do fornecimento de armas produzidas no país para a Ucrânia.
"Belousov destacou o perigo de uma escalada maior da situação devido ao contínuo fornecimento de armas norte-americanas às Forças Armadas da Ucrânia", diz comunicado da pasta.
A última vez que ministros da Defesa da Rússia e dos Estados Unidos mantiveram contato foi em 15 de março de 2023. "O secretário Austin falou por telefone com o ministro da Defesa russo Andrei Belousov e destacou a importância de manter as linhas de comunicação", detalhou Ryder em coletiva de imprensa.
Desde fevereiro de 2022, ocorre a operação militar especial na Ucrânia, cujos objetivos, segundo o presidente russo Vladimir Putin, são proteger a população de um "genocídio pelo regime de Kiev" e enfrentar os riscos à segurança nacional representados pelo avanço da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para o leste.
Vários países, incluindo os EUA, apoiam Kiev com fornecimento de armas, doações e sanções contra Moscou.
No último fim de semana, as Forças Armadas ucranianas atacaram a cidade russa de Sevastopol, na península da Crimeia, com mísseis ATACMS de fabricação norte-americana, o que resultou em dezenas de vítimas.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, alertou que os países ocidentais que apoiam a Ucrânia estão se tornando parte do conflito, e qualquer carregamento de armas para Kiev é considerado um alvo legítimo.