As nações em desenvolvimento devem "estar na vanguarda da promoção da construção de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade", disse Xi hoje (28) em Pequim.
Os países "precisam trabalhar juntos para serem uma força estabilizadora para a paz e contribuírem para resolver conflitos ao redor do mundo", afirmou o presidente.
Em um ataque velado aos EUA, Xi declarou que o mundo "nunca deveria ter permissão para ouvir quem tem um braço forte".
Os comentários ressaltam a campanha do líder, ao longo de seus quase 12 anos de governo, para reformular o sistema de governança global e libertá-lo do que seus diplomatas frequentemente chamam de "hegemonia dos EUA".
Um aspecto fundamental dessa iniciativa tem sido o reforço da amizade com a Rússia e a expansão do BRICS, analisou a Bloomberg.
O presidente chinês Xi Jinping, no centro à esquerda, aperta as mãos de convidados ao chegar a uma conferência que marca o 70º aniversário dos Cinco Princípios da Coexistência Pacífica no Grande Salão do Povo em Pequim, 28 de junho de 2024
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Xi também sinalizou que entendia que trabalhar com os EUA era necessário, dizendo que os esforços norte-americanos "para procurar a dissociação vão contra a tendência da história e só prejudicarão os interesses comuns da comunidade internacional".
Em suas observações, o presidente afirmou que seu país estava disposto a discutir acordos de livre comércio com as nações do Sul Global. Ele também se comprometeu a abrir um Centro de Pesquisa do Sul Global e a oferecer mais oportunidades educacionais às pessoas dos países em desenvolvimento.
Por fim, Xi pediu que todas as nações se alinhem com a China na oposição à interferência nos assuntos internos dos outros e que "se oponham a forçar outros países a escolherem lados".
"Na era da globalização econômica, o que precisamos não é criar abismos de divisão, mas construir pontes de comunicação, e não levantar a cortina de ferro da confrontação, mas abrir o caminho para a cooperação", afirmou.
Os Cinco Princípios de Coexistência Pacífica da China apareceram pela primeira vez em um pacto de 1954 celebrado com a Índia ao longo da sua fronteira com o Himalaia.