Panorama internacional

Movimento de última hora de Macron e Scholz enfurece líderes da UE em cúpula, diz mídia americana

França e Alemanha estão acostumadas a fazer o que querem no âmbito da União Europeia. Mas na cúpula do bloco na quinta-feira (27), quando os dois países pediram alterações de última hora devido aos seus problemas domésticos, foi mais difícil para Paris e Berlim imporem seu peso, escreve a Bloomberg.
Sputnik
De acordo com fontes ouvidas pela mídia, que estavam presentes no momento em que o presidente da França, Emmanuel Macron, e o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, tentaram forçar uma reescrita de última hora das suas prioridades políticas a longo prazo, outros Estados-membros reagiram furiosamente e quase todas as alterações foram rejeitadas.
O comportamento errático das duas maiores potências do bloco é um sinal preocupante para os líderes da União Europeia, à medida que tentam lidar com uma lista crescente de desafios, desde o conflito na Ucrânia, às tensões comerciais com os Estados Unidos e a China e o fraco crescimento econômico da Europa, sublinha a Bloomberg.
Um diplomata europeu, ouvido pela mídia, destacou ser "raro que uma proposta dos dois maiores Estados-membros provoque uma reação tão forte".
No entanto, os dois líderes chegaram à cúpula enfraquecidos pelas derrotas esmagadoras nas eleições deste mês, escreve a agência. Uma autoridade de Berlim disse que a dupla estava "apenas tentando esclarecer um processo difícil".
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Os ministros franceses pareciam exaustos durante as reuniões em Bruxelas esta semana, segundo o diplomata.
Outro diplomata acrescentou que eles estavam preocupados com o efeito que derrotas sucessivas de Macron teriam em futuras cúpulas, quando o presidente quase certamente estaria mais enfraquecido. Uma pessoa próxima à equipe do líder francês disse que o clima entre as autoridades francesas "era sombrio".

"É claro que todo mundo está falando sobre isso", disse o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, sobre a próxima votação francesa, ao chegar à cúpula de ontem (27).

Na segunda-feira (24), Scholz admitiu que a popularidade da coalizão governista na Alemanha está caindo, entre alguns dos motivos, está o apoio à Ucrânia e as sanções contra a Rússia.

"É verdade que há muitos cidadãos que não concordam com o fato de apoiarmos a Ucrânia, que também não concordam com o fato de termos imposto sanções contra a Rússia. Mas, na minha opinião, não há opção alternativa que consista em não fazer isso", disse o chanceler, conforme noticiado.

Já Macron, em um sinal de seus esforços cada vez mais desesperados para garantir posicionamento antes da votação francesa, afirmou em uma reunião de seu grupo parlamentar europeu na quinta-feira (27) que planeja renomear seu compatriota Thierry Breton para um dos cargos mais importantes da UE, disseram pessoas familiarizadas com o assunto, confirmando uma reportagem anterior do jornal Le Monde sobre a possível manobra.
Se o partido Reagrupamento Nacional (RN), de Marine Le Pen, obtiver a maioria absoluta nas eleições parlamentares, cujo primeiro turno será no domingo (30), o partido poderá escolher um primeiro-ministro e opinar nas principais nomeações europeias, incutindo outra derrota para Macron.
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