Panorama internacional

Influxo de fertilizantes russos baratos pode esmagar produção europeia, diz mídia

A Europa está recebendo uma grande quantidade de fertilizantes russos baratos que pode arruinar os negócios locais, cita o jornal britânico Financial Times.
Sputnik
Os produtores de fertilizantes da União Europeia (UE) temem que o fluxo de produtos baratos da Rússia possa ameaçar a segurança alimentar na Europa, escreve no domingo (30) o jornal britânico Financial Times.
"Estamos agora mesmo sendo invadidos por uma enxurrada de fertilizantes da Rússia, que são significativamente mais baratos do que os nossos, pela simples razão de que eles pagam muito pouco pelo gás natural em comparação a nós, produtores europeus", disse Peter Cingr, CEO da SKW Stickstoffwerke Piesteritz, a maior produtora de amônia da Alemanha.
Ele acrescentou que se os políticos europeus não começarem a agir, a capacidade de produção local desaparecerá.
De acordo com alguns relatos, as importações de alguns tipos de fertilizantes russos para a Europa até aumentaram em meio às sanções após o início da operação militar especial na Ucrânia.
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Por sua vez, Benjamin Lakatos, CEO da empresa suíça de energia MET Group, que em junho anunciou sua intenção de adquirir o controle acionário da produtora de fertilizantes Achema, do Báltico, alertou que "anos de crise" estão chegando para o setor de fertilizantes europeu. Ele informou que o aumento dos preços do gás e da energia afetará esse setor mais rapidamente do que outros, já que 70 a 80% dos custos operacionais dessas companhias são causados pelo gás natural.
O Financial Times destaca que a BASF, a maior empresa química do mundo, reduziu significativamente suas operações na Europa nos últimos anos, inclusive no setor de fertilizantes. Em vez disso, concentrou-se em investimentos nos EUA e na China, onde os custos são mais baixos.
Cingr acredita que, mais cedo ou mais tarde, muitas companhias, inclusive a dele, poderão seguir o mesmo caminho. Ele notou que a SKW Stickstoffwerke Piesteritz está em negociações sobre a possibilidade de instalar uma linha de produção de amônia nos EUA. O CEO da empresa acrescentou que, sem a produção local, a UE dependeria de importações de outros países, como a Rússia e Belarus, e isso afetaria a produção de alimentos no continente.
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