Panorama internacional

Milei ataca Lula e Arce para tirar foco da recessão em que a Argentina entrou, diz mídia brasileira

Javier Milei descartou sua presença na cúpula do Mercosul argumentando "agenda apertada", mas estará no Brasil dois dias antes para palestrar em um evento bolsonarista em Santa Catarina. Além disso, tem feito ataques constantes ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, agora, contra seu mais novo alvo, o presidente da Bolívia, Luis Arce.
Sputnik
Na terça-feira (2), Milei voltou a criticar Lula com um post no X (antigo Twitter) intitulado "O Perfeito Dinossauro Idiota", no qual criticou a posição oficial do Brasil sobre recente tentativa de golpe de Estado na Bolívia.
"É conhecida a fraude montada na Bolívia e o perfeito idiota em vez de aceitar seu erro me critica por deixar sua estupidez à vista", argumentou Milei.
Na semana passada, o presidente argentino abriu crise com La Paz, ao sugerir que o presidente Luis Arce teria orquestrado um golpe contra seu próprio governo.
O "anarcocapitalista", com se autointitula, tem semeado uma série de brigas, e vir ao Brasil e não se encontrar com Lula, mas participar de um evento da oposição, não será uma ação inédita do líder. Milei foi aos Estados Unidos, tirou foto com Donald Trump e não procurou o presidente Joe Biden. Foi à Espanha, posou com os extremistas do partido Vox e ofendeu a mulher do premiê Pedro Sánchez.
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Para o colunista do jornal O Globo, Bernardo Mello Franco, Milei faz essas ações "para manter a aura antissistema que o elegeu".

"Ele também investe em inimigos externos para camuflar os problemas domésticos. Com a fome e a pobreza em alta, a Argentina acaba de entrar oficialmente em recessão. O PIB despencou 5,1% no primeiro trimestre em comparação ao mesmo período de 2023", escreve o jornalista.

Essa não foi a sua primeira provocação ao Palácio do Planalto, e nem será a última, o presidente parece se alimentar de polêmicas.
De acordo com a coluna de Jamil Chade no UOL, a ordem no Planalto é de não reagir às ofensas e ao comportamento de Milei. A avaliação é que o argentino busca justamente a confrontação como forma de criar uma cortina de fumaça diante da profunda crise social em seu país.
Mas fontes próximas ao presidente brasileiro, ouvidas pelo colunista, admitem que, dependendo do tom usado pelo argentino, a situação pode ficar insustentável.
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Porém, o que mais preocupa Brasília é a recusa de Milei de participar da cúpula do Mercosul, marcada para 7 e 8 de julho, em Assunção, no Paraguai.
A atitude do argentino foi considerada um sinal de que um dos principais países do bloco sul-americano pode não estar comprometido com sua existência. O Mercosul foi um dos pilares da construção da integração sul-americana, depois da queda das ditaduras na Argentina e no Brasil na década de 1980.
A decisão de Milei de esnobar a cúpula do Mercosul, escreve o portal, também sinaliza que a ambição de Lula de retomar o processo de integração sul-americana terá sérios obstáculos enquanto o argentino estiver no poder.
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