Uma abordagem policial pode se tornar um incidente diplomático, depois que cinco adolescentes, sendo dois brancos e três negros, foram parados por policiais militares com arma em punho quando entravam em um prédio em Ipanema.
Conforme o g1, os três jovens negros são filhos de diplomatas do Canadá, do Gabão e de Burkina Faso e estão na faixa de 13 a 14 anos. Os demais adolescentes são brasileiros e passavam férias na capital fluminense. O Itamaraty foi informado sobre a abordagem, e os consulados do Rio também investigam o caso, que é denunciado como de racismo.
"As imagens, os testemunhos e o relato das crianças são claros!! Não há dúvida!! A abordagem foi racial e criminosa. Há anos frequentamos o Rio e nunca presenciei nada parecido no quadradinho de Ipanema com meus filhos. É um lugar aparentemente seguro. Depende pra quem", disse Raiana Rondhon, mãe de um dos adolescentes nas redes sociais.
No relato, os garotos voltaram para casa por volta das 19h00, na rua Prudente de Morais, quando os policiais desceram de uma viatura com fuzis e pistolas e, sem perguntar nada, iniciaram a abordagem quase na portaria do prédio. Eles ainda foram obrigados a tirar os casacos. Os três jovens negros não falam português.
Depois de os policiais perceberem o erro, liberaram os garotos e ainda chegaram a alertar para "não andarem na rua", diante do risco de serem abordados novamente, informou a reportagem. O momento foi registrado pelas câmeras do circuito interno.
"A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar diz que os policiais envolvidos na ação portavam câmeras corporais e as imagens serão analisadas para constatar se houve algum excesso por parte dos agentes", acrescentou o g1. Já o Itamaraty não se pronunciou.