Vladimir Putin, presidente da Rússia, disse na quinta-feira (4) que a liderança da Ucrânia está no poder ilegalmente.
"A elite governista [...] por estar ilegalmente no poder, nem mesmo solicita ao Tribunal Constitucional a confirmação de seus poderes, porque, como eu disse, em 2015 o Supremo Tribunal da Ucrânia já decidiu que o mandato da presidência é limitado a cinco anos e não há razão para estender o mandato dos poderes presidenciais de acordo com a Constituição da Ucrânia", disse Putin em uma coletiva de imprensa após uma visita oficial ao Cazaquistão, onde se realizou uma reunião da Organização para Cooperação de Xangai.
Ele também se pronunciou sobre a possibilidade de falar com a Suprema Rada, o parlamento ucraniano.
"Primeiro, no que diz respeito à Ucrânia, é possível apelar para a [Suprema] Rada, é claro, mas nas condições de usurpação de poder pela elite governista na Ucrânia, é inútil, porque a maioria da Rada está subordinada a essa chamada elite governista, como eu disse", acrescentou Putin aos jornalistas.
O presidente lembrou que a Suprema Rada da Ucrânia já decidiu anteriormente que o mandato presidencial na Ucrânia é limitado a cinco anos, e não há razão para estender o mandato dos poderes presidenciais conforme a Constituição ucraniana.
"Aqui está, todos os poderes deveriam ir para a Rada, mas ela não assume esses poderes. Por isso, é possível apelar, é claro, com base na situação prática, com base no que está acontecendo na realidade, [que] isso é mais ou menos inútil", avaliou o alto responsável russo.
Em relação à resolução do conflito na Ucrânia, o presidente afirmou que Moscou não pode declarar um cessar-fogo na esperança de passos positivos do outro lado. Um cessar-fogo na linha de contato é impossível até que as negociações de paz com a Ucrânia comecem, disse Vladimir Putin.
Ele detalhou ainda que é impossível resolver o conflito através de um mediador, segundo foi proposto recentemente pelo líder ucraniano Vladimir Zelensky, já que é improvável que tal mediador tenha autoridade para assinar um acordo final.