Panorama internacional

Israel quebra prática e aprova recrutamento de ultraortodoxos para o Exército; protestos eclodem

O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, aprovou oficialmente o plano para começar a recrutar judeus ultraortodoxos para as Forças de Defesa de Israel (FDI), medida que gerou grande rejeição e vai causar ainda mais turbulência no governo de Benjamin Netanyahu.
Sputnik
Após discussões com altos oficiais militares, Gallant aprovou suas recomendações para a primeira convocação de homens ultraortodoxos para o Exército no próximo mês, disse o Ministério da Defesa em um comunicado nesta terça-feira (9), segundo a Reuters. A ordem é para uma triagem e avaliação inicial, a fim de determinar recrutas em potencial.
As convocações iniciais são enviadas aos israelenses quando eles têm mais de 16 anos. Geralmente começam o serviço militar aos 18 anos.
Os israelenses são obrigados por lei a servir no Exército por 24 a 32 meses. No entanto, os estudantes de seminários judeus ultraortodoxos são amplamente isentos há décadas de tal serviço. Porém, a Suprema Corte israelense decidiu no mês passado que o Estado deve começar a recrutar estudantes de seminários judeus e, hoje (9), a Defesa endossou a decisão.
A medida causou altas tensões na já turbulenta gestão do premiê Benjamin Netanyahu, uma vez que seu governo depende de dois partidos ultraortodoxos que consideram as isenções de recrutamento essenciais, escreve a mídia.
Mas a longa dispensa militar para os ultraortodoxos desencadeou protestos nos últimos meses por israelenses irritados, visto que o risco de lutar na Faixa de Gaza não está sendo igualmente compartilhado. Por sua vez, os manifestantes ultraortodoxos bloquearam estradas sob a bandeira "morte antes do recrutamento".
Gallant disse na segunda-feira (8) que, atualmente, as FDI precisam de cerca de 10 mil novos soldados, mas só pode acomodar o alistamento de mais 3 mil ultraortodoxos este ano devido às suas necessidades específicas, de acordo com o jornal The Times of Israel.
A questão do recrutamento ultraortodoxo está entre as mais controversas no discurso público israelense, afirma o jornal.
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Muitos judeus ultraortodoxos acreditam que o serviço militar é incompatível com o seu modo de vida e temem que aqueles que se alistam sejam secularizados.
Do outro lado, muitos israelenses que servem dizem que o arranjo de décadas de isenções em massa os sobrecarrega injustamente, um sentimento que se fortaleceu desde o início da guerra com o Hamas, que viu mais de 300 soldados mortos nas várias frentes de Israel, bem como mais de 300 mil cidadãos convocados para o serviço de reserva.
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