Panorama internacional

À mídia dos EUA, autoridades da OTAN elencam problemas vividos por pilotos ucranianos em caças F-16

Neste verão europeu, Kiev finalmente receberá alguns caças F-16. No entanto, autoridades da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) citam que a barreira linguística, as pistas impróprias e vulneráveis, a reposição de peças e outras questões impõem fortes dificuldades aos ucranianos no uso das aeronaves, escreve a Bloomberg.
Sputnik
Segundo planejadores ouvidos pela agência norte-americana, a iniciativa de enviar aviões de guerra para a Ucrânia foi atormentada por atrasos, questões sobre peças de reposição e o pequeno número de pilotos ucranianos que falam inglês e seus instrutores estrangeiros.
Os planejadores também se preocupam que o país não tenha pistas suficientes, e as que têm são vulneráveis ​​a ataques russos, escreve a mídia.

"As pessoas não devem esperar milagres" dos F-16 contra a Rússia, disse Jim Townsend, um membro sênior do think tank Center for a New American Security. Em termos de vulnerabilidades, "esses campos de aviação serão alvos bons e suculentos, e os russos já estão atingindo alguns deles apenas como uma recepção ao mundo real para esses F-16", afirmou Townsend, citado pela agência.

Um alto funcionário da OTAN, ouvido pela mídia sob condição de anonimato, também classificou as preocupações citadas acima como barreiras reais.

"Primeiro, os aviões devem ser reconfigurados, dependendo de sua tarefa, como reconhecimento ou combate. Segundo, a Ucrânia não tem muitas pistas longas e de alta qualidade necessárias para os F-16 […]. Terceiro, a logística de suporte aos aviões é complexa, desde a necessidade de peças de reposição até as demandas de manutenção para encontrar engenheiros", explicou o alto funcionário.

Outro oficial da OTAN observou que Kiev está tentando alcançar em questão de meses o que normalmente leva de três a quatro anos.
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De acordo com Philip Mark Breedlove, general aposentado da Força Aérea dos Estados Unidos que serviu como comandante-chefe da OTAN de 2013 a 2016, o treinamento com os ucranianos precisaria desfazer anos de hábito dos pilotos, que estão acostumados com caças MiG da era soviética com tecnologia muito mais simples.
Eles também foram treinados para depender de controladores de solo que direcionam seus movimentos, diferentemente dos pilotos ocidentais que voam de forma mais independente, ressaltou Breedlove em sua explicação à mídia.

O envio dos F-16 à Ucrânia "é mais um fardo do que uma bênção, com impacto mínimo antes de muitos, muitos meses, e grandes chances de perder muitos aviões e pilotos. Um F-16 é mais do que um avião e um piloto. É uma equipe de quase 200 pessoas que desempenham um papel em tirar o avião do chão", afirmou Serge Stroobants, fundador da companhia de segurança estratégica BANTS Consulting, sediada em Bruxelas.

Uma autoridade ucraniana familiarizada com a situação minimizou a barreira do idioma, mas admitiu que houve atrasos em treinamento, pessoal e manutenção, bem como abrigo contra ataques russos, relata a Bloomberg.
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Kiev pode ser capaz de colocar em campo de 15 a 24 caças, bem abaixo dos 300 que seus líderes pediram, de acordo com uma das pessoas ouvida pela mídia. Outra disse que a Ucrânia espera obter seis F-16 neste verão europeu e até 20 até o fim do ano.
Nesta semana, o chefe do Comitê de Defesa da Duma de Estado (câmara baixa do Parlamento russo), Andrei Kartapolov, disse que "a entrega de caças F-16 não vai afetar de maneira nenhuma o rumo da operação especial e nada vai mudá-lo. A Rússia está pronta para isso", afirmou Kartapolov à Sputnik.
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